Adrenalina pura. Para quem quer praticar um esporte que proporciona um contato mais próximo da natureza e, ao mesmo tempo,vivenciar fortes emoções não pode deixar de conhecer o cascading adaptado. A atividade praticada por pessoas com deficiência consiste na descida de rapel feita em cachoeiras e é uma das modalidades oferecidas no curso de pós-graduação de Atividade Motora Adaptada da Faculdade de Educação Física (FEF) da UNICAMP.
Amante do esporte o educador físico Luis Fernando Sper Cavalli, 32 anos, tetraplégico pratica o cascading adaptado há três anos. "Pratico esse esporte anualmente desde 2006, quando conheci a versão adaptada da modalidade durante a pós-graduação que fiz na UNICAMP, conta Cavalli que no início de novembro passado encarou, pela terceira vez, os 30 metros da Cachoeira de Astor no município de São Pedro, no interior de São Paulo.
Cavalli participa do cascading juntamente com a equipe Toda Terra Natureza Aventura, coordenada pelo professor de Educação Física Arthur Squarisi de Carvalho, mestre em Atividade Motora Adaptada pela UNICAMP, que realiza a atividade desde 1999, quando apresentou sua prática por deficientes visuais em sua monografia de conclusão do curso de Educação Física.
A equipe de Arthur também é acompanhada pelo professorJúlio César Gavião, que é responsável pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Atividade Motora Adaptada (GEPEAMA), da FEF/UNICAMP. Gavião, que criou condições favoráveis para a existência da modalidade, conduz os alunos do curso de Educação Física e os da pós-graduação em Atividade Motora Adaptada como forma de atividade prática vivenciada e desenvolvida por eles.
As adaptações necessárias para praticar o cascading adaptado dependem do tipo de limitação física que o praticante possui. Para um deficiente visual, por exemplo, o acompanhamento de um guia é essencial, tanto para facilitar sua locomoção no tortuoso terreno, quanto para fazer a descrição detalhada de tudo o que o cerca, seja para alertá-lo dos riscos naturais, para identificar os equipamentos utilizados ou mesmo as maravilhosas paisagens do local. "Já para um deficiente físico como eu, que possuo tetraplegia (nível C7), há a necessidade de pessoas que me carreguem até o local da descida da cachoeira e depois que me traguem de volta", explica Cavalli, "Não há qualquer possibilidade de locomoção com a cadeira de rodas no meio do mato ou por entre as pedras e a lama. Além disso, a trilha de acesso à cachoeira é extremamente íngreme."
Na hora de descer a cachoeira Cavalli precisa de uma pequena adaptação de equipamentos para fixar seu tronco, já que não possui controle do mesmo. Também é necessário que duas pessoas desçam com ele. "Cada uma em uma corda ao lado da minha. Uma delas vaià minha direita (geralmente essa pessoa é o professor Gavião) realizando a frenagem do meu rapel, pois não consigo fazê-la sozinho, já que não posso movimentar os dedos. A pessoa que vai a minha esquerda costuma auxiliar a da direita, em especial nos pontos em que a inclinação da cachoeira não é positiva."
"O esporte, sem dúvida, é essencial para todos e para as pessoas com deficiência ele traz inúmeros benefícios relacionados à reabilitação física, à inclusão social e à busca da constante superação. Mais do que ganhar uma simples partida, o esporte ensina a vencer. Vencer na vida", afirma Cavalli. "O esporte de aventura traz a possibilidade de contato com a natureza e o cascading adaptado torna isso plenamente possível também à pessoa com deficiência."
Quem quiser mais informações: todaterra@terra.com.br – tratar com o Professor Arthur.
Quem quiser mais informações: todaterra@terra.com.br – tratar com o Professor Arthur.
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