sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Cego atravessa labirinto em estudo sobre sexto sentido

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Cientistas descobriram que uma pessoa cega é capaz de se orientar em um labirinto sem ajuda usando apenas o poder de um "sexto sentido". Em um estudo conduzido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e publicado na revista especializada Current Biology, os cientistas observaram um homem cego que conseguiu passar por um labirinto com obstáculos sem a ajuda de uma bengala ou de qualquer pessoa.
O homem, identificado apenas como TN, usou sua intuição para andar em um corredor com cadeiras e caixas, sem esbarrar em nenhuma delas, usando mecanismos "escondidos" do cérebro.
O estudo sugere a existência de recursos subconscientes no cérebro que podem ajudar na realização de tarefas que acreditamos não ser possíveis.
TN ficou cego por causa de lesões sofridas no córtex visual nos dois hemisférios do cérebro, após uma série de derrames.
Seus olhos são normais, mas seu cérebro não consegue processar a informação enviada por eles, tornando-o cego.
O paciente, no entanto, já era conhecido por ter o que é chamado de “visão cega” – a habilidade de detectar coisas em um ambiente mesmo sem estar ciente de que consegue vê-las.
Ele responde, por exemplo, às expressões faciais de outras pessoas, mas anda com a ajuda de uma bengala para identificar obstáculos e pede ajuda a outras pessoas quando está dentro de edifícios.
Uma gravação em vídeo mostra TN completando o “circuito de obstáculos” montado pelos cientistas “sem cometer falhas”, e sem a ajuda de uma bengala ou de outra pessoa.
A pesquisadora-chefe do estudo, Beatrice de Gelder, da Tilburg University, na Holanda, e da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, disse que TN “não estava ciente de que estava fazendo nada excepcional” e acreditava que tinha apenas andado em linha reta por um longo corredor.
Essa é uma mensagem importante particularmente para aqueles com lesões no cérebro, disse ela.
“Você pode perder toda a sua visão cortical, mas ainda manter alguma capacidade de se mover dentro e fora sem se prejudicar”, disse ela à BBC.
“Isso mostra a importância desses antigos caminhos visuais que evoluíram. Eles contribuem mais do que pensamos para que a gente funcione no mundo real.”
A pesquisa foi realizada em parceria com pesquisadores da Grã-Bretanha, Suíça e Itália.

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