terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cientistas aperfeiçoam braço artificial que "escuta" cérebro

Comente!

"Você pensa e os músculos se movem em seguida" diz Kitts que utiliza o braço artificial


Amanda Kitts perdeu o braço esquerdo em um acidente de automóvel acontecido três anos atrás, mas hoje em dia ela joga futebol americano com seu filho de 12 anos de idade, troca fraldas e abraça as crianças nas três creches Kiddie Cottage que opera em Knoxville, Tennessee. Kitts, 40 anos, faz tudo isso com a ajuda de um novo tipo de braço artificial que se movimenta com mais facilidade do que outros aparelhos e que ela pode controlar utilizando apenas seus pensamentos.
"Eu sou capaz de mexer a mão, o pulso e o cotovelo ao mesmo tempo", diz. "Você pensa e os músculos se movem em seguida".
A recuperação que ela conseguiu resulta de um novo procedimento que vem atraindo crescente atenção porque permite que pessoas movam braços protéticos de forma mais automática do que faziam no passado, simplesmente utilizando nervos reaproveitados em seus cérebros.
A técnica, conhecida como "renervação muscular dirigida", envolve utilizar os nervos que restam depois da amputação de um braço e conectá-los a outro músculo do corpo, em geral no peito. Eletrodos são instalados sobre os músculos do peito, e operam como se fossem antenas. Quando a pessoa deseja mover o braço, o cérebro envia sinais que primeiro resultam em contração dos músculos do peito, os quais enviam um sinal ao braço protético, instruindo-se a se movimentar. O processo não requer mais esforços consciente do que a pessoa teria de exercitar caso ainda tivesse seu braço natural.
Na terça-feira, pesquisadores reportaram em estudo publicado pela versão online do Journal of the American Medical Association que haviam levado a técnica ainda mais à frente, tornando possível a execução de 10 movimentos de mão, pulso e cotovelo diferentes, o que representa uma substancial melhora com relação ao típico repertório protético, que em geral envolve apenas dobrar o cotovelo, girar o pulso e abrir a mão.
Os esforços em curso incluem o desenvolvimento de projetos de pele e braços mais sensíveis e mais flexíveis, e o uso de dispositivos acionados por controles sem fio implantado nos braços protéticos, que permitiriam movimentos mais naturais.
Os pesquisadores também vêm usando sensores implantados nos cérebros de cobaias para permitir que dois macacos controlem um braço mecânico, e um teste com um homem paralítico permitiu, com esse método, que ele movimentasse um cursor em uma tela de computador.
Desde sua introdução por Todd Kuiken, médico fisioterapeuta e engenheiro biomédico do Instituto de Reabilitação de Chicago, o método foi empregado em cerca de 30 pacientes nos Estados Unidos, Canadá e Europa, entre os quais oito soldados feridos no Iraque e no Afeganistão.
Muitos dos pacientes, entre os quais o primeiro, Jesse Sullivan, um operário do setor elétrico no Tennessee que perdeu os dois braços quando foi eletrocutado por um cabo, conseguem não apenas manipular seus braços protéticos mas sentir a presença das mãos que já não têm quando alguém toca em seus peitos.
Sullivan, 62 anos, e Kitts, estavam entre os cinco pacientes que participaram do estudo reportado na terça-feira. Em companhia de cinco outras pessoas que não passaram por amputações, eles receberam os eletrodos e foram instruídos a usar pensamentos para fazer com que um braço virtual na tela reproduzisse 10 movimentos diferentes, entre os quais três formas diferentes de aperto de mão.
Os pacientes apresentaram desempenho bastante respeitável, apenas um pouco mais lento e menos preciso do que os dos participantes que não tinham amputações.
http://www.saci.org.br/

0 comentários:

Postar um comentário