segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Disponível, mas acessível?

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Entidades de apoio a deficientes reivindicam acessibilidade a sites no Brasil
Por Bruna Escaleira

Na era da internet, a grande democratizadora da informação, o mundo parece estar ao alcance de um clique - sensação que se intensificou quando o governo passou a disponibilizar diversos serviços na rede. No entanto, nem todos conseguem acessá-los. Embora exista tecnologia que permite o acesso de deficientes visuais e auditivos a páginas on-line, seu uso na produção dos sites brasileiros ainda é muito insuficiente.
Diante disso, representantes da organização Acessibilidade Brasil, da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD), da empresa pública Processamento de Dados do Estado do Pará (Prodepa) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa), reunidos no Fórum Social Mundial 2009, em Belém, decidiram redigir uma carta à Câmara dos Deputados exigindo uma sessão extraordinária que discuta e estabeleça metas para a plena implementação das normas de acessibilidade nos sites do país.
As entidades lutam pela disseminação da consciência de que, ao produzir um portal on-line, é preciso utilizar cores e contrastes que não sejam confundidas por daltônicos, dispositivos que permitam a reprodução das palavras em áudio para cegos, bem como marcações de localização em cada página dentro do domínio, por exemplo. São pequenos detalhes que fazem toda diferença para milhões de brasileiros, e implementá-los não é mais segredo.
Há sete anos, a ONG Acessibilidade Brasil vem criando e disponibilizando ao público softwares e outros mecanismos digitais inovadores para o atendimento dessa demanda.

Além disso, o presidente da ONG, Guilherme Lira, apresentou novos projetos do grupo como o Dirce – Leitor Daisy (Digital Acessible Information System), que possibilitará a narração de livros para pessoas cegas com marcação de páginas e ficará pronto por volta de junho; o Gerador de gráficos táteis, que aprimorará traços de imagens impressas para cegos possibilitando a leitura de gráficos e mapas; Interfaces acessíveis para o projeto Soluções de Telecomunicações para Inclusão Digital (STID), que possibilitará a marcação de consultas médicas on-line; e o Tradutor de Libras On-line, que será desenvolvido com a tecnologia UNL – Universal Network Language da ONU.
A maior parte desses projetos é realizada em parceria com entidades de apoio às pessoas com deficiências ou com o governo, que concedeu à Acessibilidade Brasil o Prêmio de Tecnologia da Informação 2008 pela criação do Ases. No entanto, em alguns casos, a ONG ainda encontra dificuldades para a implementação de suas idéias, mas não desiste: “durante 5 anos, tentamos fazer um acordo com o correio brasileiro para facilitar o envio de cartas em Braille, e não conseguimos. Então, disponibilizamos o ‘Correio Braille’ em nosso próprio site; imprimimos as cartas dos usuários em nossa sede e as mandamos aos correios, mas queremos que eles assumam essa responsabilidade”, aponta Guilherme.

http://www.nossasaopaulo.org.br/

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