A partir deste mês, 16 táxis adaptados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida passam a circular na cidade de São Paulo. Ricardo Auriemma, presidente da Adetax (Associação das Empresas de Táxi), diz acredita que os motoristas de táxis vinculados a empresas participam do serviço, geralmente, por confiar em rendimentos futuros e, principalmente, por idealismo.
É o caso de Jorge Morishita, 38, empresário e neto de japoneses, que tinha quatro estacionamentos e comercializava carros, mas vendeu tudo quando foi sorteado para obter o alvará.Ele conhece de perto as questões da deficiência. Sua filha Karina morreu em 2002, aos nove anos, de Síndrome Hemolítico-urêmica, doença que fazia com que a menina não enxergasse, não falasse e tivesse coordenação motora atrasada. Por isso, considera o trabalho uma "missão divina" que se apresentou.
Pioneiros
Antes da circulação dos primeiros táxis acessíveis de São Paulo, Heloísio Ribeiro Neves, 52, e Valter Pedoni, 44, das empresas Gaivota e Happy Life, já trabalhavam com serviços particulares para transporte de cadeirantes também sem terem incentivo fiscal.Neves, que trabalhou como motorista de ônibus e caminhão de 1998 a 2007, pagou para a empresa Cavenaghi adaptar seu Fiat Doblò no início de 2008, com o intuito de ajudar no transporte de sua filha Cibele, 30, que tinha mobilidade reduzida.Quando ela se reabilitou e pôde andar de bengala, Neves, que é mineiro de Montes Claros, teve a ideia de realizar transportes para cadeirantes. "O maior retorno desse trabalho é a satisfação de me sentir útil, um sonho realizado de ajudar as pessoas, que ficam felizes".Segundo ele, seus clientes pedem para serem levados a locais que vão de lazer a tratamento médico. No entanto, as motivações são variadas, como em certa vez em que um cadeirante requisitou que ele o levasse a um evento na tribo indígena dos tupis-guaranis, perto da represa de Guarapiranga, extremo sul de São Paulo.Vida FelizJá Valter Pedoni, da Happy Life, fazia trabalhos de transporte de executivos desde 1999 na sua van Jumper da Citroën, mas, há 4 anos, quando os preços das adaptadoras de carro diminuíram seu preço, solicitou as modificações.A princípio, seu objetivo era atender Ana Rita de Paula, que trabalha na ONG Sorri Brasil e tem tetraplegia, mas, depois, percebeu que era uma necessidade de muitos usuários e mergulhou nesse serviço.Atualmente, atende cerca de 150 clientes, que pedem para serem levados a atendimento médico, lazer e trabalho. "Meu maior prazer é proporcionar acessibilidade às pessoas".O local mais inusitado a que Pedoni foi solicitado para fazer o transporte foi um homem de 80 anos que fazia aniversário e resolveu passar um dia, das 7h às 17h, com a família em Santos, visitando os pontos turísticos, a praia, o bondinho e o mirante.
Origem: ("BOL - FolhaOnline - Cotidiano");
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