sexta-feira, 27 de março de 2009

Infantilização é empecilho ao desenvolvimento sexual de pessoas com deficiência

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 24,6 milhões de pessoas tem deficiência

A infantilização das pessoas com deficiência é uma das causas que impedem o desenvolvimento da sua sexualidade. A idéia foi defendida dia 23/03 durante o 1º Seminário Nacional de Saúde: Direitos Sexuais e Reprodutivos e Pessoas com Deficiência. O encontro, promovido pelo Ministério da Saúde, buscou fortalecer o debate e as ações voltadas para a saúde e o bem-estar das pessoas com deficiência. Para a jornalista Leandra Migotto, que tem Osteogenesis imperfecta, ou Síndrome dos Ossos de Cristal, como é popularmente conhecida, a infantilização das pessoas com deficiência pode aumentar a vulnerabilidade e impedir o desenvolvimento sexual. “A partir do momento que a pessoa com deficiência é considerada ainda uma criança, a gente acha que ela, como criança, não desenvolve a sexualidade. Esse é o maior problema”, afirmou. De acordo com a professora da Universidade Federal da Paraíba e fundadora da organização não-governamental Educação para Todos, Windyz Ferreira, a sociedade infantiliza, despersonaliza e rotula as pessoas com deficiência. Para a professora Windyz,a sexualidade tem uma relação direta com o desenvolvimento e o crescimento humanos. Ela explica que as próprias pessoas com deficiência se preocupam tanto com as patologias que acabam não desenvolvendo a sexualidade e acabam se vendo como pessoas "assexuadas" Segundo ela, a sexualidade tem uma relação direta com o desenvolvimento e o crescimento humano. “Nós precisamos trabalhar esses âmbitos com uma diferenciação . Nós estamos buscando caminhos para que a sociedade seja o menos excludente possível", disse. Durante o evento, a professora criticou a escassez de estudos sobre a questão da deficiência. Para ela, há falta de dados concretos para servir de base às políticas públicas. “A falta de estudo é muito séria. Políticas públicas não podem ser construídas a partir de um grupo de pessoas, isso não é gestão democrática”, disse. Na opinião da professora, outro fator preocupante no país é que a maioria dos deficientes não tem acesso à educação, o que acaba perpetuando a invisibilidade. “A educação é o primeiro momento da vida da pessoa com deficiência, aquele em que ela sai da família e se insere no contexto social” argumentou. De acordo com Windyz, nos países desenvolvidos as pessoas com deficiência recebem todo tipo de tratamento, reabilitação e acesso a serviços, enquanto nos países menos desenvolvidos, como o Brasil, elas são isoladas, trancafiadas e escondidas.
Agência Brasil

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