terça-feira, 10 de março de 2009

Piloto de motocross vence limitação com moto adaptada

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O piloto de Belo Horizonte, Éderson Lopes, mais conhecido como Panda e que atualmente mora em Barbacena, começou a acelerar ainda criança no motocross na categoria 60cc. No entanto, um acidente em 2006 deixou o atleta paraplégico. Mesmo assim ele não abriu mão do seu esporte: ele frequenta as pistas com um quadriciclo adaptado. No primeiro sábado de fevereiro ele viajou para Belo Horizonte onde fez seu primeiro teste com a motocicleta “personalizada”. O público presente acompanhou tudo e se emocionou ao ver Panda novamente em cima de uma moto.
A carreira

Depois dos primeiros contatos com o esporte, quando criança, os títulos vieram fortalecendo a paixão pelas pistas. Campeão da Copa Skol Minas, campeão da Copa Turinhos Motos, vice-campeão Mineiro de Motocross, foram muitas as conquistas de Panda nas classes 80cc, 125cc e Força Livre. m
Uma das manobras antes do acidente que deixaria o piloto paraplégico



Trilhas com um quadriciclo adaptado alimentaram a vontade de voltar a pilotar...
...sonho realizado há poucos dias


Em 2004 o atleta investiu numa nova modalidade, o Freestyle Motocross. O sucesso foi grande com apresentações pelo estado de Minas. Ele ganhou ainda mais destaque por ser na época um dos poucos pilotos da região a realizar manobras de alto nível. Os convites para novas apresentações levaram Panda a outras localidades do país e também a participação na principal equipe brasileira da modalidade.

O acidente

Em 2006, o piloto viajou ao Pará onde faria uma apresentação. Durante os treinos, um acidente mudou a vida de Éderson: ele ficou paraplégico. Superar este novo desafio passou a fazer parte do cotidiano do atleta.Fazer trilhas com o veículo acompanhando o sogro "Tonin Róia" e a equipe Os Pererecas de Barbacena (MG) foi uma atividade que alimentou o sonho de voltar a pilotar uma motocicleta. "Às vezes eu ia à pista com meu amigo Léo para vê-lo treinar, mas na verdade eu queria mesmo era que ele desse uma volta comigo em sua moto", conta Panda. Após pesquisar na internet, Éderson encontrou informações de um piloto norteamericano, também paraplégico, que pratica motocross em uma moto adaptada. Com o exemplo a seguir, ele, o sogro "Róia" e seu pai Helon resolveram tentar. Com recursos que tinham em casa mesmo, e com Helon no comando, em duas semanas o projeto pioneiro no Brasil estava pronto.

A motocicleta tem comandos adaptados

Um banco especial e suporte para as pernas foram desenvolvidos no projeto que teve à frente Helon Lopes, pai do piloto.

Projeto similar que deu certo

A adaptação americana conta com sistema de marcha elétrico e embreagem de acionamento automático. A que foi feita pela família de Panda tem um sistema de alavancas no guidão para trocar as marchas, uma manete a mais para o freio traseiro, um banquinho fabricado em fibra de vidro com cinto de segurança que se acopla em cima do banco original, e o sistema de barras de proteção para as pernas. Tudo desmontável porque a moto é dividida entre Panda e o pai, que fica com ela guardada em Belo Horizonte. "A emoção de voltar a acelerar uma moto foi muito grande. Apesar da dificuldade de me adaptar a todos esses comandos nas mãos e aprender a pilotar sem o auxílio das pernas, cheguei até a arriscar um saltinho. A meta agora é conseguir o sistema americano de adaptação e aperfeiçoar a pilotagem", afirma.

Os amigos e a família acompanharam e se emocionaram com o piloto
Os comandos, incluíndo o câmbio, receberam adaptações que permitem o acionamento pelas mãos

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