(16/02/2009 ) - Verão pode ser inimigo das pessoas imobilizadas Por Daniela Leite dos Santos* As altas temperaturas registradas durante o verão podem ser as grandes vilãs para a saúde dos deficientes físicos e das pessoas imobilizadas ou que permanecem na mesma posição por longos períodos, como os pacientes internados em hospitais, casas de repousos, asilos ou em ambiente domiciliar. Devido a esta condição, eles tendem a desenvolver as úlceras de pressão, conhecidas popularmente por escaras (termo utilizado quando se tem uma parte necrosada, ou seja, camada/crosta preta na lesão).A condição se agrava com a transpiração excessiva da pele.
A doença pode ocorrer em qualquer idade e se desenvolve quando a pele (tecido) é comprimida entre uma proeminência óssea e uma superfície dura (cama, colchão, cadeira) por um período prolongado, o que pode acontecer com pessoas com deficiência física ou acamadas, que tenham pouca ou nenhuma mobilidade. Nestes casos, os locais mais frequentes para o aparecimento da lesão são: região occipital (atrás da cabeça), coluna (processos espinhosos), região sacra (final das costas), calcanhares, nádegas, cotovelos e maléolos (parte lateral-externa dos pés).
Para prevenir o aparecimento das escaras, pacientes e pessoas próximas podem adotar alguns cuidados com a pele, principalmente, nas áreas de maior risco e nos locais com ossos mais proeminentes. Podem-se destacar alguns pontos importantes como manter um colchão caixa de ovo sobre o colchão da cama; mudar o paciente de posição a cada duas horas; colocar travesseiros macios embaixo dos tornozelos (coxins especiais contendo ar, espuma, gel ou água) para elevar os calcanhares e evitar a pressão sobre o local; colocar a pessoa sentada em poltrona macia, ou com colchão inflável, várias vezes ao dia e, neste caso, também é necessário mudar as pernas de posição, alternando as áreas de apoio.
A alimentação é outro ponto fundamental. É recomendável aos pacientes procurar os alimentos ricos em vitaminas e proteínas e a ingestão de líquidos. A pele também deve ser hidratada com óleos e/ou cremes a base de vegetais e os sabonetes com pH neutro são os mais indicados para a limpeza da região genital. Outra dica importante é a realização de uma massagem suave na pele sadia, em áreas potenciais de pressão, com loção umectante. Vale ressaltar que as áreas avermelhadas não devem ser massageadas para não aumentar a lesão.
São necessários cuidados especiais com o local onde a pessoa permanece a maior parte do tempo, como a cama, que deve estar sempre com as roupas limpas, secas e bem esticadas. As lâmpadas de calor sobre a pele nunca devem ser usadas, pois estimulam o seu ressecamento. No caso da utilização de fraldas, a troca deve acontecer a cada três horas, o que exige atenção especial com a higiene pessoal do paciente.
Vale ressaltar que a falta de informação sobre a doença e o desconhecimento do corpo são fatores determinantes que impedem a prevenção das escaras. Portanto, é fundamental que as pessoas no início de períodos de imobilização tomem cuidados redobrados e procurem orientação médica no caso de qualquer alteração na pele.
*A Dra Daniela Leite dos Santos, fisioterapeuta da AVAPE ((Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais), instituição focada na inclusão de pessoas com deficiência, é especialista em reabilitação de pessoas com deficiência.
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