quinta-feira, 16 de abril de 2009

Prefeitura garante novo convênio com AACD para alfabetizar crianças especiais

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Prefeitura de São Paulo ameaçou romper convênio com a instituição. Secretário garantiu nesta quinta (9) que contrato será renovado.

A Prefeitura de São Paulo garantiu que não vai mais encerrar o convênio por meio do qual promove alfabetização para alunos especiais da unidade da Mooca da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), na zona Leste de São Paulo. Os professores que dão aulas para as crianças são contratados pelo município, chegaram a ser orientados a voltar para as escolas de origem ou trabalhar com o salário reduzido.
O secretário da Educação, Alexandre Schneidder, garantiu nesta quinta-feira (16) que o convênio não será interrompido. "Nós e a AACD sentamos e já resolvemos a questão do convênio. Acabamos de resolver depois de uma reunião. Precisava resolver algumas questões por parte da AACD e da secretaria. E nós vamos manter, além do serviço que já existe, um novo serviço na unidade Ibirapuera. Vão ficar lá os professores e aqui na unidade Ibirapuera vamos ter um trabalho com as crianças no contraturno escolar", afirmou.
De acordo com o secretário, o convênio termina em maio porque a Prefeitura precisava fazer adaptação por questões legais. "Agora nós vamos assinar um convênio por prazo maior, de um ano, renovável anualmente. Provavelmente vamos conseguir, via AACD, compensar os professores."
A AACD disse que o convênio com a Prefeitura existe há 27 anos e nunca teve problemas. A instituição quer continuar a parceria, mas fala que não consegue manter as atividades para os alunos especiais sem os professores cedidos pelo município.
Antes do anúncio do secretário, uma das sete professoras teve que abrir mão da turma.

Mães que chegaram à unidade foram informadas de que as aulas estavam suspensas por um tempo indeterminado.

“A Prefeitura e a instituição têm um convênio, que pode ser quebrado. As professoras ficaram sabendo que teriam que voltar para a sede da escola delas”, disse Flávia Roberta de Souza, mãe de um aluno. “Os professores das 1ª, 2ª e 4ª séries não sabem até quando vão dar aula”, disse Tatiana Lemos, mãe de aluno. Sob lágrimas, Maria Altamira da Conceição, avó de uma menina, disse que seu neto avançou nos estudos e teme que ele não tenha o mesmo desempenho na escola comum.

“Ela ficou um ano na escola e não aprendeu a fazer nenhuma bolinha. Eu falando com a diretora, a diretora arranjou uma vaga para ela aqui na AACD. Aqui foi que ela aprendeu a fazer o nome dela. Já lê um pouquinho. É uma criança bem esperta, inteligente. Mas se ela sair daqui, eu sei que acaba tudo pra ela”, lamentou. “Nós queremos um alicerce. Nós não estamos reivindicando que nossos filhos morram aqui dentro. Não é essa realidade nossa. A nossa realidade é o que: que os nossos filhos saiam preparados aqui para uma escola lá fora”, disse Sandra da Silva Dos Santos, mãe de aluno. “Quando entrei aqui não sabia nem ler e escrever. Não sabia nem o ABC”, falou Daniel Ramos da Silva, de 13 anos, que não quer voltar à escola convencional.

Fonte: G1

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