quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Como Conviver com a Deficiência Auditiva

4 comments
Este post pertence ao blog da Lak Lobato, que me permitiu, gentilmente, copia-lo. Acho bem interessante as informações que ela passa, porque com certeza, muitas pessoas desconhecem os varios tipos de deficiência auditiva.

O título do post remete ao livro de Antônio Cyrillo Gomes, que já faz uma introdução explicando porque, dentre tantas deficiências, a deficiência auditiva é, de longe, a menos respeitada socialmente.
Primeiramente porque, ao contrário das deficiências física, cerebral e visual, ela é menos visível, segundo, porque não é uma deficiência que, a primeira vista, afeta a independência da pessoa que a possui.

No entanto, passada essa impressão errônea inicial, a deficiência auditiva é, assim como todas as outras, uma deficiência, ou seja, falta/ausência de algo. No caso, o sentido da audição, responsável por 20% das informações sensoriais que chegam ao cérebro. O mundo auditivo não é tão ínfimo a ponto de se desqualificar a deficiência auditiva como privação de um sentido e dizer que um surdo é menos deficiente que um cego ou cadeirante. Um deficiente auditivo é privado de total ou parcialmente de todas as infomações sonoras, seja a voz de outros seres humanos, seja o sentido de alerta (aproximação de outras pessoas, animais, veículos), seja pelas pequenas coisas que se faz dependendo da audição: saber que a torneira do banheiro foi esquecida aberta estando sem contato visual, saber que a água da chaleira já ferve estando fora da cozinha, seja pela campainha que toca, seja pelo contato telefônico numa emergência.
Dizer que um deficiente auditivo não corre riscos porque a deficiência auditiva só o afeta no que se refere a comunicação interpessoal é uma visão limitada. Ele não ouve um alarme de incêndio, nem um carro ao atravessar a rua. Ainda que a sobrevivência dele seja menos ameaçada, não significa que um deficiente auditivo seja totalmente independente.
Ainda assim, a maior dificuldade que se encontra para quem tem essa deficiência, é fazer com que as pessoas compreendam a própria diversidade dentro da deficiência, seja por falta de informação/convívio com um deficiênte auditivo, seja pela mídia que só aborda um tipo de surdo: o sinalizado, usuário da lingua de sinais.
No entanto, existem diversos grupos dentro desta deficiência, de tal forma que resumir todos aqueles que possuem deficiência auditiva como usuário de lingua de sinais seria a mesma coisa que resumir todo deficiente físico a cadeirantes, que possuem essa deficiência por queda de escada, esquecendo que existem diversas causas para a deficiência física, além de diversas maneiras de se lidar com ela: Existe o deficiente físico congênito e adquirido, o usuário de cadeira de rodas, os de muletas, os de bengalas, os de próteses; assim como existe:

- Deficiente auditivos conforme o grau de perda (leve, moderado, severo, profundo): varia conforme o grau de perda auditiva, além de uma pessoa poder tem mais de um grau, por diferentes frequências. Eu, por exemplo, tenho deficiência severa em frequências graves / médias e profunda, em frequências agudas; o que impede a plena compreensão da fala somente com AASI (prótese auditiva), porque os sons são recebidos de forma distorcida pelo cérebro. E não, não é uma questão de hábito, o AASI, por si só, não resolve totalmente a minha perda, é caso de implante coclear.

- Deficiente auditivo congênito ou adquirido: tal como explica o nome, a deficiência ser por causa genética (hereditariedade) ou doença gestacional (rubéola, por exemplo); peri-natais (traumas obstétricos) ou pós-natais: provocada depois do nascimento por alguma doença (meningite, sarampo, caxumba, otosclerose, tumores etc), intoxicações (antibióticos ou substáncias ototóxicas) ou traumas(queda com rompimento de tímpano), etc

- Deficiente auditivo por estágio: como a fala e a audição são intimamente ligadas, conforme o estágio da aquisição da fala em que a perda auditiva ocorreu, o deficiente auditivo é classificado como pré-lingual (quando ocorreu antes dos 2 anos de idade), peri-lingual (quando a falta já estava sendo formada, mas não chegou a ser completa) e pós-lingual (quando a aquisição da fala, por via auditiva, já havia sindo completada).

- Deficiência auditiva por patologia: essa variação indica onde existe avaria na condução da audição, podendo ser provocada por problemas no tímpano, pela comunicação óssea (ossinhos do ouvidio: martelo, estribo e bigorna), problemas na cóclea e/ou células nervosas (que enviam a mensagem ao cérebro), nervo auditivo ou até recepção cerebral.
Portanto, como foi dito, a deficiência auditiva pode ocorrer em qualquer estágio da vida de uma pessoa, por diversas causa, de diversas formas. E, como já foi dito aqui no blog, existe:

1. Surdos sinalizados: comumente conhecido como surdo-mudo, ainda que essa definição seja incorreta, porque dificilmente um surdo sinalizado sofre de mutismo real – embora essa deficiência também exista – mas de ausência da fala por falta de aprendizado. Comunicam-se por língua de sinais e podem ou não fazer leitura labial.

2. Surdos oralizados: pessoas que tem perda auditiva severa ou profunda, que aprenderam a falar por fonoterapia ou que perderam a audição depois da aquisição completa da fala. Falam oralmente (com ou sem sotaque caracterisco de quem tem baixa audição ou inexistente), leem os lábios e não costumam utilizar a lingua de sinais.

3. Surdos bilingues: são similares aos surdos oralizados, com a diferença de possuirem fluência na lingua de sinais.

4. Deficientes auditivos: aqueles que possuem perdas leves ou moderadas (ou profunda/severa, mas de apenas um ouvido) e que conseguem ouvir o suficiente pra discriminar a fala, com ou sem prótese auditiva/implante coclear.

Fonte: http://desculpenaoouvi.laklobato.com

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

4 comentários:

  1. Adorei ver meu post aqui!! Tão pouca gente sabe disso! Quanto mais souber, melhor! Grande beijo aos autores do bloh

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  2. Oiee.. minha 1ª vez no comentario.. mas ja venho a algum tempo ler seus post. e é um mais interessante do que o outro..
    Sou surda oralizada (severo e profunda) e aprendendo a sinalizaçao. usuaria de AASI.

    Tenho uma duvida, nao sei se vc conseguiria me responder.. mas quem sabe..
    Dependendo da deficiencia é possivel se aposentar!? Meu pai tentou me aposentar, mas o INSS nao me aceitou pelo fato de eu simplesmente falar.. disse q eu nao sou uma pessoa inadequada para o trabalho, sei q nao.. mas conheço pessoas com deficiencia aposentado.. e meu pai gostaria muito de me aposentar.. pois se sente culpado pela minha perca de audiçao.. desde qdo nasci tenho, mas terminei de perder o restinho q tinha agora, por causa do barulho da empresa.. mas medico nenhum descobre o pq eu tenho a perca.. eles dizem q meu ouvido é perfeito como de um q ouve muitooo bem.
    obrigada desde ja, fico no aguardo de uma resposta.
    Regiane (resende.regiane@gmail.com)

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  3. Olá Regiane, existe sim uma possibilidade afinal neste país tudo é possivel, mas o que posso dizer e que em casos como o seu e o meu a aposentadoria não leva a nada, muito pelo contrário ela nos torna pessoas parasitas e cada vez mais sem vontade de fazer nada.
    Sugiro que vc se preocupe em arrumar um outro emprego onde tenha oportunidade de crescer junto com a empresa.
    seu ganho será muito maior do que um simples aposentadoria e no lado espritual vc vai se sentir muito melhor com certeza.
    muitos deficientes estão deixando de viver, trabalhar e evoluir só por causa disso, recebem uma aposentadoria e mais nada.
    pelo que vejo vc é nova e tem todo um futuro pela frente e o melhor de tudo...hoje as empresas estao mais abertas a contrarem pessoas como nós.
    um Grande abraço a VC e obrigada por fazer parte do nosso Blog.

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  4. Muito bom ter encontrado este blog, sou deficiente auditiva lado direito, desde criança. Hoje estou com 54 anos e o lado esquerdo esta diminuindo também. Sempre me achei um pouco atrapalhada, agora estou cada dia mais com tonturas, distraída, com muito sono. Além deste problema, tenho diabetes, transtorno bi-polar e esteastose hepatica grau III. Gostaria de obter ajuda, estou desempregada, tenho 15 anos de contribuição no INSS, será que esta deficiência me da o direito de aposentadoria? Como devo fazer para conseguir aposentar, ou trabalhar meio período. Desde já agradeço. Meu e-mail: rosangelapexe@yahoo.com.br
    contato: (19) 3414-2413
    (19) 9256-9990

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