sábado, 1 de agosto de 2009

Ópera acessível para deficientes visuais tem cães-guia na plateia

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O advogado Marcelo Panico, de 40 anos, confia no seu cão-guia Harley e sabe que ele se comporta bem quando está em locais públicos e fechados. Deficiente visual há sete anos, Panico costuma ir a peças de teatro, mas nunca tinha ido a uma ópera, até saber que podia acompanhar uma com a ajuda da audiodescrição.
A ópera “Cavalleria Rusticana” é a primeira em São Paulo a contar com o recurso. A cada dia de espetáculo, voluntários narram as ações não verbais que acontecem no palco, como entrada e saída de personagens, além das expressões.
Para que a ópera comece com todos os deficientes visuais confortavelmente instalados, as portas são abertas para eles com 30 minutos de antecedência. Os convidados recebem o programa do espetáculo em Braille e o equipamento com fone de ouvido e receptor. Antes das cortinas se abrirem, eles ouvem sobre o enredo e a descrição do cenário.
Antes mesmo de receber o aparelho, o funcionário público Antônio Domingues, de 42 anos estava ansioso. “É como se a gente fosse enxergar”, disse ele, que nunca tinha ido a uma ópera.
O amigo dele, o também funcionário público e deficiente visual, Mário Luiz, de 47 anos, estava ansioso só de pensar como seria uma ópera com audiodescrição. “Se a gente já costuma imaginar como são as coisas, [o recurso] vai ser uma ajuda para a nossa imaginação”.
No teatro, os deficientes visuais ficam em uma fila com mais espaço para andar, sentar-se e se levantar. O cão-guia de Panico se acomoda entre as pernas do dono, sob a cadeira. Logo, chega o técnico judiciário Marcos André, de 34 anos, e seu cão-guia Wyatt.
A empolgação dos dois animais ao se encontrarem provoca uma cena pouco comum em teatros, mas os cães não latem nem chegam a chamar a atenção do público que começava a se acomodar.
“As pessoas estão se acostumando cada vez mais a ver um cão-guia. Logo, esses animais serão algo comum nas ruas e nos locais públicos”, diz Lilian Motta, coordenadora do programa de audiodescrição.
O trabalho dos voluntários é minucioso. Para fazer a audiodescrição, eles ficam isolados em uma cabine dentro do teatro, de frente para o palco. Eles se revezam na narração das cenas, do movimento dos atores, mas são curtos em suas frases para não atrapalhar a audição da ópera.




Fonte: G1

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

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