Curitiba terá Feira do Emprego para pessoas com deficiência

Evento está marcada para 3 de setembro de 2009, no Salão de Atos do Parque Barigui

A Prefeitura de Curitiba vai promover uma nova Feira do Emprego e da Capacitação Profissional. Desta vez o objetivo é atender pessoas com deficiências, que são mais de 14% da população no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2000). "Há poucos dados sobre a população portadora de deficiências, mas sabemos que elas enfrentam uma grande dificuldade para obter uma colocação no mercado de trabalho. Esse é o quadro que queremos modificar em Curitiba, com uma ação mais ativa do poder público", afirma o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Jorge Bernardi.
A 1ª Feira do Emprego e da Capacitação Profissional de Curitiba para Pessoas com Deficiência está marcada para 3 de setembro de 2009, no Salão de Atos do Parque Barigui. Em paralelo será realizado o 2º Fórum de Curitiba sobre Escolaridade e Empregabilidade da Pessoa com Deficiência. A abertura será no dia 2, às 19 horas. O fórum é uma parceria entre as secretarias municipais do Trabalho e Emprego e da Educação e Fundação de Ação Social (FAS).
De acordo com os critérios previstos na Lei 8.213, de 1991, que criou a obrigatoriedade de reserva de postos de trabalho em empresas privadas para pessoas com deficiência, em Curitiba existem 745 empresas com 100 ou mais empregados e que por isso são obrigadas a preencher seu quadro de pessoal com pessoas com deficiência em porcentagens que variam de 2% a 5%. Um levantamento do Observatório do Trabalho, com base na aplicação da Lei 8.213, estimou que estas empresas representam 18.300 vagas potenciais para pessoas com deficiência. "Nosso objetivo com a feira é promover uma ação que consiga ocupar ou direcionar a pessoa com deficiência e ocupar o maior número possível dessas vagas", afirma Bernardi.
Uma das entidades que participará da 1ª Feira do Emprego e da Capacitação Profissional de Curitiba para Pessoas com Deficiência será a Universidade Livre para Eficiência Humana (Unilehu), organização sem fins lucrativos, que atua na promoção da valorização da diversidade, por meio de ações para inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. A entidade é especializada em trabalhar empresas que contratam pessoas com deficiência, tem hoje mais de 30 clientes e espera levar à feira entre 100 e 150 vagas para deficientes, além de diversas oportunidades de cursos de capacitação e qualificação. Em maio, durante a 1ª Feira do Emprego e da Capacitação, também promovida pela Prefeitura de Curitiba, a entidade conseguiu preencher 400 vagas de empregos e 100 vagas em cursos de capacitação.
"A maior dificuldade neste segmento das pessoas com deficiência é a falta de escolarização e qualificação, porque até pouco tempo atrás não havia escolas adequadas para atender esse público e as pessoas não estudavam", diz a presidente da Unilehu, Andrea Koppe. Segundo ela, há casos em que grandes empresas chegam a contratar as pessoas e pagar salários durante um ano inteiro apenas para treinamento e qualificação, antes de começar a exercer a função. "Ao fazer a feira, a Prefeitura de Curitiba está dando importância a uma questão de inclusão social que vem se desenrolando em paralelo e mostra que o poder público não está omisso", afirma Andrea Koppe.
Edital e regulamento - As empresas ou instituições públicas ou privadas interessadas em participar da 1ª Feira do Emprego e da Capacitação Profissional de Curitiba para Pessoas com Deficiência podem fazer a inscrição no período de 5 a 17 de agosto das 9 h às 12h e das 14 h às 18 h horas, na Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, localizada na rua Barão do Rio Branco, 45, 9º andar, no Centro. O regulamento e o edital poderão ser retirados, a partir de 5 de agosto de 2009, na Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, ou através do sítio da Prefeitura na internet (www.curitiba.pr.gov.br), acessando o menu Secretarias e Órgãos e em seguida Trabalho e Emprego.
Podem participar empresas ou instituições, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, matriz ou filial, sediadas em Curitiba, que tenham como objeto de atuação a intermediação de mão de obra (agências de emprego, prestadoras de serviços e outras) e as entidades que disponham de vagas de emprego para pessoas com deficiência em aberto para terceiros ou em sua própria estrutura funcional.
A feira também está aberta a centrais sindicais, federações de trabalhadores e empregadores, sindicatos, associações profissionais e empresariais, que possuam setores de intermediação de mão de obra e setores de qualificação profissional voltados a pessoas com deficiência. Podem participar ainda organismos governamentais da administração direta e indireta, empresas públicas ou de economia mista, fundações públicas, organizações sociais, organizações da sociedade civil de interesse público e agências que atuem nas áreas do trabalho, emprego, saúde e segurança no trabalho, que tenham ações voltadas às pessoas com deficiência, bem como todas as entidades ligadas ao sistema S (Sesc, Senai, Sest/Senat, Senar, Sescoop e Sebrae).
Deficiências - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que chegue a 10% da população o número de pessoas afetadas por algum tipo de deficiência física ou mental em países em desenvolvimento. No Brasil, o dado mais recente disponível é do IBGE, que identificou no Censo Demográfico de 2000, que 14,5% da população, ou aproximadamente 24 milhões de pessoas são afetadas por algum grau de comprometimento físico ou mental. Segundo esses dados, em Curitiba, havia na época mais de 190 mil pessoas que apresentavam uma ou mais das deficiências enumeradas no questionário (deficiência mental; tetraplegias, paraplegias ou hemiplegias; falta de membros ou dificuldades para enxergar, ouvir ou caminhar).
Não há dados estatísticos precisos sobre quantas dessas pessoas estão no mercado formal de trabalho, nem o índice preciso de desemprego entre elas. Uma pesquisa feita na cidade de São Paulo, em 2005, apontou que enquanto a taxa de desemprego geral foi de 16,4% na capital paulista, entre a população com algum tipo de deficiência a taxa chegou a 88,7%, ou 11,3% dos habitantes da cidade - de acordo com secretaria municipal do Trabalho de São Paulo.

Fonte: http://www.bemparana.com.br/

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