quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Barreiras derrubadas

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Inclusão social nas universidades e faculdades
É cada vez mais real e necessária para dar chance a todos de cursar o ensino superior. MEC cobra adaptações para eliminar obstáculos de comportamento, pedagógicos, arquitetônicos e de comunicação
No início da faculdade, poucas expectativas. A experiência anterior, numa escola estadual de ensino médio, anulou todas as expectativas de inclusão. As limitações eram muitas e, até mesmo exercícios e provas tinham de ser feitos, obrigatoriamente, depois e longe da turma, pois o colégio dependia da disponibilidade de funcionários do Instituto São Rafael para transcrever o material para o braille.
No ensino superior, o universitário do 4º período de administração Thiago Ângelo Gomes Pereira, de 21 anos, deficiente visual, se percebeu em um novo ambiente. Nada de longa espera: aulas, trabalhos e exames são traduzidos para a linguagem dos cegos e gravados em fita imediatamente, com a ajuda de monitores e professores. “Senti a diferença já no primeiro semestre e nunca deixei de fazer as provas junto com os colegas. Se não é possível preparar meu teste em tempo, o da turma toda é adiado. Na antiga escola, os professores não tinha tempo de sentar comigo e explicar e, por isso, não aprendia algumas coisas. Hoje, isso mudou”, relata.
Na Faculdade Arnaldo, onde Thiago estuda, foram implantados alguns recursos para facilitar o acesso às dependências da instituição e ao conteúdo de sala de aula. Entre eles, estão a instalação de elevador, portas largas, banheiros amplos, corrimãos, vagas prioritárias, rampas e atendimento pessoal. Para os alunos com deficiência visual, a faculdade disponibiliza fitas com gravações das aulas.
Além disso, a biblioteca tem um atendimento especial com uma sala para leitura e uma monitora de braile que fica à disposição dos estudantes. O responsável pela segurança também está disponível na portaria para encaminhar os estudantes às salas quando eles chegam à faculdade. Para que todos tenham essa mesma oportunidade, o Ministério da Educação (MEC) está pegando pesado com as instituições de ensino superior, cobrando e exigindo que sejam feitas adaptações para deficientes.
Rampas, banheiros adaptados, elevadores, computador com leitor de tela e material digitalizado nas bibliotecas são algumas das exigências. A estrutura também está prevista na legislação federal e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determinam a obrigatoriedade do atendimento educacional especializado, na rede regular de ensino.
Para as universidades federais, o MEC elaborou uma proposta de ações que garantem o acesso pleno de pessoas com deficiência às instituições federais de ensino superior (Ifes). O Programa de Acessibilidade na Educação Superior (Incluir) tem como objetivo fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas Ifes e eliminar barreiras de comportamento, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação.
Desde 2005, o programa lança editais com a finalidade de apoiar projetos de criação ou reestruturação desses núcleos nas instituições federais de ensino. Eles melhoram o acesso das pessoas com deficiência a todos os espaços, ambientes, ações e processos desenvolvidos na instituição, buscando integrar e articular as demais atividades para a inclusão educacional e social dessas pessoas.
São recebidas propostas de universidades do Brasil inteiro, mas somente as que atendem às exigências do programa são selecionadas para receber o apoio financeiro do ministério. O estudante do 6º período de ciências contábeis da PUC Minas Rogério Del Rio entende bem do assunto e fala com propriedade pelo lado dos alunos – ele é deficiente visual – e das instituições, pois é vice-diretor da Faculdade de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na PUC e na UFMG, onde fez pós-graduação, ele diz que não enfrentou dificuldades. “Havia reuniões com os professores para que eles pudessem saber das minhas necessidades e, nas provas, havia sempre alguém para me acompanhar, mesmo os testes sendo feitos no computador”, diz. “O MEC está de olho nessas adaptações, a maioria delas físicas, principalmente para cadeirantes.
O deficiente visual precisa de mais recursos digitais, como o leitor de tela no computador, e o auditivo, de um intérprete da linguagem de libras. As instituições estão se preparando melhor para atender o portador, com certeza”, ressalta.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Formado em administração pela Academia Militar das Agulha Negras, Del Rio faz agora a graduação em ciências contábeis à distância, pela PUC Minas Virtual. Enquanto aluno e profissional (ele também é professor de administração financeira), ele relata que essa forma de ensino pode ser uma alternativa para deficientes que não se adaptam aos espaços das universidades e, por isso, pensam em desistir do curso, mas faz uma ressalva: “Pelo lado didático e pedagógico é uma boa opção, mas, frequentando o curso presencial, o aluno está em contato com várias pessoas que, por sua vez, veem que ele tem uma dificuldade, mas percebem que esse estudante é capaz. À distância, esse lado fica comprometido, embora seja uma alternativa”.

Fonte: Vooz

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

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