sábado, 2 de janeiro de 2010

Dor Neuropática no Lesado Medular

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Um especialista em cefaleias e dor neuropática revelou que uma em cada três pessoas com lesão medular sofre de dor neuropática, descrita como algo ardente, que provoca uma sensação de formigueiro ou de espasmo, com mais intensidade durante o primeiro ano após ter ocorrido a lesão.
A dor neuropática é freqüentemente intrigante e frustante, tanto para os pacientes como para os médicos. pois parece não apresentar uma causa definida, responde pouco aos tratamentos, pode durar indefinidamente, leva a incapacidade importante e até mesmo se exacerba com as variações climáticas e estados emocionais. Constituem exemplos de dor neuropática a neuropatia diabética, a nevralgia pós-herpética, a dor do membro fantasma, a neveralgia do trigêmio e a lombociatalgia.

São entendidos 4 mecanismos mais comuns para a dor neuropática:

1. Estimulação direta dos neurônios sensíveis à dor – Estes neurônios sensitivos primários são chamados de nociceptivos das fibras C. Eles disparam potenciais de ação em resposta ao estiramento mecânico ou à compressão e a substâncias mediadoras da reação inflamatória como as prostaglandinas (Exs. hérnia de disco, nevralgia do trigêmio). Tratamento – administração de substâncias que alivie a irritação mecânica ou química.

2. Disparo automático dos nervos lesados – A lesão das fibras nervosas por qualque agente pode causar disparo espontâneo tanto no local da lesão como em focos ectópicos ao londo do nervos lesado. (ex. neuropatia diabética). – Este tipo de dor é descrito como lancinantes, agudas ou em pontada. Adquire o caráter de dor contínua em queimação quando são afetadas várias fibras nervosas que disparam assincronicamente.

3. Desaferentação – Normalmente, as sensações seguem uma seqüencia de eventos desde o tecido periférico por intermédio de uma cadeia de neurômnios ao longo da medula espinal, do tronco encefálico e do cérebro. No caso da dor do membro fantasma, a perda de impulsos sensitivos de um membro pode acarretar disparos espontâneos nos neurônios de segunda e terceira ordens, o que resulta na dor.

4. Dor por mediação simpática – Todo tipo de estímulo doloroso pode desencadear atividade autonômica localizada com alterações circulatórias e da temperatura. Este processo pode continuar com fenômenos generalizados como vômitos, sudorese, desregulação circulatória como no infarto do miocárdio.

A dor neuropática geralmente piora a noite, característica que a distingue dos outros tipos de dor. Segue o território de distribuição dos nervos, dependendo de se for causada por neuropatia periférica (Ex. na diabética ou nos alcoolatras) – distribuição em luva e em bota, de radiculopatia (Ex. pós-herpética – distribuição em dermátomos) ou de mielopatia (nível da medula espinal, Ex lombalgia da hernia de disco).
A presença de dor desencadeada por um estímulo tátil discreto ou roçar em determina região do corpo (fenômeno conhecido como alodínia) sugere o diagnóstico de dor neuropática.

O Dr. Manuel Lara, responsável pela Unidade de Cefaleias e Dor Neuropática do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário La Paz, em Madrid, explicou que para lesados medulares existe mais dor e um maior nível de sofrimento, o que faz com que muitas vezes as pessoas sejam afectadas também a nível psicológico.
O especialista indicou que isto faz com que a dor crónica seja uma patologia perturbadora, uma vez que tem uma repercussão muito importante na vida dos pacientes, provocando o aparecimento de outras condições, como depressão, pânico, ansiedade, dificuldade em dormir, entre outras.
Entre os medicamento para combater a dor existe um tratamento progressivo, que começa com anti-inflamatórios e antidepressivos e, caso estes não resolvam o problema, poderá ser necessário experimentar a neuroestimulação nos seus diversos níveis e modalidades.
Finalmente, se esta não surtir o efeito desejado e a dor persistir, a última abordagem deste tratamento seria a cirurgia tradicional, que consiste em cortar o nervo cirurgicamente, algo que apenas se realiza em casos muito concretos e persistentes.
Por seu lado, o presidente da Federação Nacional espanhola Aspaym (Associação de Lesionados Medulares e Grandes Incapacitados Físicos), Alberto de Pinto, assinalou que duas abordagens que contribuem para diminuir a intensidade da dor neuropática, ao alcance de qualquer um, são evitar as infecções urinárias e da bexiga, juntamente com a ingestão de ómega-9 no leite.
A dor neuropática é devida a uma anormalidade em qualquer ponto da via nervosa. Uma determinada anomalia altera os sinais nervosos, que, deste modo, são interpretados de forma anormal no cérebro. A dor neuropática pode produzir uma dor profunda ou uma sensação como a hipersensibilidade ao tacto.

Fontes:
http://tetraplegicos.blogspot.com/
http://www.medicinageriatrica.com.br

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

3 comentários:

  1. Olá Pessoal,

    Meu pai sofre de dores neuropática associada à Lesão medular a mais de 4 meses, depois ter sido atingido por projétil de bala. Gostaria de saber se há algum tratamento alternativo para este problema, ele não sabe como lidar...já tomou vários remédios fortes como metadona...mas está cuasando muita reação adversa..vocês podem me ajudar?

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  2. ola meu nome e claudio tenho 31 anos,sofri em acidente de carro a 3 anos e meio,rompi a medula na altura t-4 ,gostaria de saber se alguem ja fez a cirurgia para diminuiçao de espasmos,pois no meu caso ja tomo remedios desde o acidente e nao tem melhorado,tomo o diazepan e o baclofeno,para os espasmos e oxibutinina para a bexiga,os espamos atrapalham minhas atividades do dia a dia e incomoda demais,se alguem souber de alguma coisa me de uma dica,aguardo retorno obrigado...

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  3. Olá, meu nome é Rafael e tive um tumor benigno na medula, na regiaão de l5 e t12. Tenho dores constante como o descrito acima, só que na perna. Estou tomando gabapentina, ultracet e vitaminas da família B. Gostaria de saber se eu me enquadro como deficiente físico, já que eu não consigo mais encontrar emprego na minha antiga área. Meu e-mail é angelus_rafael@hotmail.com

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