quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estudo aponta mitos sobre vida sexual de pessoas com deficiência

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A psicóloga Ana Cláudia Bortolozzi Maia, da Faculdade de Ciências, campus de Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista), desenvolveu um estudo sobre sexualidade e deficiência física a partir de depoimentos das pessoas com deficiência. Os relatos contrariam a noção de que as pessoas com deficiência têm uma vida assexuada e infeliz. Os participantes demonstraram levar em conta as limitações causadas pela deficiência, mas sem abrir mão da satisfação no trabalho e nas relações afetivas e sociais.
As conclusões estão no projeto de pós-doutorado de Ana Cláudia, "Inclusão e Sexualidade: análise de questões afetivas e sexuais em pessoas com deficiência física", concluído em 2009. A pesquisa foi realizada no Núcleo de Estudos da Sexualidade e no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Sexualidade, da Faculdade de Ciências e Letras do câmpus da Unesp de Araraquara, e contou com a supervisão do professor Paulo Rennes Marçal Ribeiro.
Foram entrevistadas doze pessoas com impossibilidade ou dificuldade de andar. Em todos os casos foi verificado o interesse pelo relacionamento amoroso e sexual. São pessoas com boa auto-estima e que reconhecem a limitação física como integrante de sua condição pessoal", afirma a pesquisadora. Para ela, essa auto-imagem positiva se deve ao tempo prolongado de convívio com a deficiência, que faz com que usem bem a cadeira de rodas ou vejam a muleta como parte do próprio corpo.
O grupo pesquisado é formado por pessoas casadas, que namoram ou têm parceiros eventuais, e também de outros que não praticam sexo regularmente ou são virgens. Foi comum encontrar casais em que ambos são pessoas com deficiência, o que se deve ao intenso convívio entre eles em clínicas e escolas. Os que tinham filhos, em geral, tiveram antes da deficiência. A estudiosa explica que o número pequeno de filhos da amostra tem relação com o fato de muitos serem jovens e ainda não terem planos sobre maternidade e paternidade.
Quase todos trabalham e alguns também estudam. A independência conquistada pela profissão os ajuda a romperem com a recorrente superproteção da família, além de dar acesso a facilidades, como comprar um carro adaptado ou ter condições de viajar. "Há a percepção de preconceito e discriminação, mas em geral, eles pareceram lidar bem com isso", diz a pesquisadora.

Adaptações

A relação sexual, nesses casos, pode requerer alguns cuidados especiais, como a aplicação de lubrificantes para as mulheres e o uso de medicamentos orais ou intravenosos para a ereção do pênis. Também pode ser necessário esvaziar a bexiga antes do ato e adaptar posições. "Eles aprendem sobre essas técnicas com outras pessoas ou experimentando o contato com amigos e namorados", afirma Ana Cláudia.
Tanto a família quanto as pessoas com deficiência fazem perguntas aos médicos, mas encontram pouco esclarecimento. Para a pesquisadora, isso acontece por dificuldades de prognóstico e por falta de preparo e conhecimento por parte dos profissionais de saúde.
Em geral, os homens querem saber se poderão ter ereção, orgasmo e ejaculação. No caso de deficiência adquirida, comparam o desempenho sexual atual com o que tinham antes do acidente. As mulheres, em geral, têm dúvidas em relação ao orgasmo, à fertilidade e a possíveis problemas reprodutivos. "É curioso ninguém ter comentado sobre a masturbação, que representa uma forma de conhecer melhor as sensações e o próprio corpo", diz.
Um comportamento comum entre os familiares é achar que o deficiente não tem interesse por sexo, namoro e casamento. Uma jovem que participou do estudo conta que sua mãe não se importa quando ela sai com amigos homens, mas controla sua irmã mais nova, como se o contato dela com rapazes fosse assexuado e sem intenções eróticas, ao contrário da irmã.

Fonte: Revista Fórum

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

Um comentário:

  1. quero dizer que essa dona aí é uma doida!!!
    Com certeza ela pediu opiniâo pra quem tava em depressão.
    Antes de me tornar deficiente auditiva me relacionei durante 4 anos com um paraplégico no qual a nossa vida sexual era muito ativa e eu me satisfazia completamente, e em todas ele sempre me fez feliz.
    só acabou porque eu queria algo mais sério e ele não.paciência...

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