quinta-feira, 15 de abril de 2010

Construtoras de imóveis começam a oferecer opções de planta adaptada

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O projeto pensado na planta não só facilita para quem já precisa das adequações, mas também, para quem terá de pensar nisso no futuro. Planejadas com antecedência, adaptações não oneram projeto.

Com a necessidade de especializar seus arquitetos na questão da acessibilidade, já que desde 2004 as empresas são obrigadas a garantir áreas comuns acessíveis para obter o Habite-se (autorização de ocupação), construtoras começam a oferecer opções de planta adaptada para as unidades.
É o caso da Cyrela, que tem cinco empreendimentos em que o comprador pode escolher a planta com desenho universal, que atende a todo tipo de morador, desde idosos até pessoas com deficiência. "A diretriz que temos é para que todos os novos projetos tenham uma opção", determina Débora Berini, gerente-geral de produtos da empresa.
O projeto pensado na planta não só facilita para quem já precisa das adequações, mas também, para quem terá de pensar nisso no futuro. "Quando isso ocorre [a acessibilidade é vista no projeto], as soluções são mais fáceis e têm custo bem menor", garante Regina Cohen, coordenadora do Núcleo Pró-Acesso da UFRJ. "Pensadas na fase de projeto, as alterações não oneram", conclui a gerente de projetos da Tecnisa, Patrícia Valadares.
Ainda neste semestre, a empresa deve lançar seu primeiro empreendimento voltado aos idosos, com adaptações que atendem não só a esse público como aos deficientes.
A Rossi tem três empreendimentos em construção com unidades já adaptadas, um na capital e dois em Mogi das Cruzes (57 km a leste de São Paulo).

Custos de adaptação

A demanda de prefeituras por unidades acessíveis em empreendimentos econômicos e a cota do programa "Minha Casa, Minha Vida" destinada a deficientes físicos e a idosos são outros motivadores para que as empresas vejam esse filão do mercado com outros olhos.
Sobre os custos da adaptação da unidade, as empresas dizem que não são cobrados se o morador é deficiente.
No prédio da vereadora Mara Gabrilli (PSDB), que é tetraplégica, os gastos foram divididos entre a construtora e o condomínio. "Passei cinco anos procurando apartamento. É muito difícil encontrar imóveis com acessibilidade mesmo nas áreas comuns", relata ela, que já fez reuniões com construtoras e palestras no Secovi-SP e na Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo) para sensibilizar o mercado.
Para quem quer ter um apartamento adaptado para receber amigos, como a arquiteta Mariana Alves, contudo, a reforma pode ser paga: "Gostaria de ter meu apartamento adaptado, mas a construtora me cobraria as alterações por não ser deficiente", afirma.
Outro problema quando o imóvel vendido na planta não tem unidade adaptada é a construtora restringir a compra a certas unidades, como as de térreo e primeiro andar.
As empresas procuradas pela Folha argumentaram que essa restrição acontece apenas quando não é possível fazer as adaptações que são solicitadas em outra unidade. A coordenadora do Núcleo Pró-Acesso da UFRJ Cristiane Rose, porém, dá outra explicação. "Apartamentos em andar térreo são menos valorizados", comenta ela.

Fonte: Folha de S. Paulo (Cristiane Capuchinho)

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