sexta-feira, 2 de abril de 2010

Deficientes esperam por vagas no HC

Comente!
Embora hospital respeite os 2% previstos em lei, não há espaços exclusivos suficientes

O Hospital das Clínicas, principal complexo hospitalar do País, não atende às necessidades de seus pacientes com mobilidade prejudicada, apesar de cumprir a legislação que prevê pelo menos 2% das vagas de estacionamento para deficientes físicos. São apenas 19 vagas para deficientes em todo o complexo, contra 838 vagas para funcionários.
Pacientes que precisam estacionar o carro para alguma consulta são obrigados a esperar mais de duas horas para conseguir uma vaga. Próximo à ala de ortopedia, destinada a pessoas de mobilidade reduzida, existem apenas duas vagas para deficientes, longe das portas. Médicos, enfermeiros e funcionários, entretanto, podem estacionar nas vagas em frente ao prédio.
O fotógrafo Ângelo Maciel, de 47 anos, vai sozinho ao hospital para sessões de fisioterapia semanais. Sem o movimento na perna esquerda, ele precisa da ajuda de uma bengala para andar. “Os médicos, que podem andar, têm lugar para parar e deficientes, não”, protesta.
O motorista Arnaldo Ribeiro Júnior, de 52 anos, também sente dificuldade ao levar uma senhora com mobilidade reduzida para tratamentos semanais no centro de oncologia do HC. Segundo ele, é preciso esperar em fila dupla até que uma das vagas seja desocupada. “Como aqui é um hospital, o estacionamento preferencial deveria ser para ambulâncias e deficientes, não para médicos.”
A assessoria de imprensa do HC informou, em nota, que “os únicos pacientes com direito a estacionamento gratuito são os portadores de deficiência física, sendo que as vagas disponíveis aos seus veículos obedecem ao porcentual previsto pela legislação em vigor, de 2% do total disponível. Para ter acesso às vagas, os pacientes têm de estar com os veículos cadastrados pelo Defis/DSV e a utilização é feita conforme a chegada”.
Segundo o HC, o complexo possui 838 vagas fixas, destinadas a funcionários, 36 vagas operacionais para ambulâncias e veículos de carga e descarga e 19 vagas para pessoas portadoras de deficiência física, totalizando 893 vagas. “Hospital não pode ser como um supermercado. O número de vagas não é suficiente para a quantidade de pessoas que são atendidas”, reclama Maciel.
Para a vereadora Mara Gabrilli, principal representante dos deficientes físicos na Câmara, para combater o problema, caberia um projeto de lei. “De fato, em um hospital, talvez 2% de vagas seja um número insuficiente para a quantidade de pacientes. Se existem essas reclamações, vamos falar com a diretoria do hospital.”

Números

893 vagas

Total
Os espaços fixos podem ser usadas apenas por médicos e deficientes físicos

838 vagas

Para funcionários
Médicos, enfermeiros e colaboradores credenciados podem estacionar em 838 vagas espalhadas pelo complexo

19 vagas
Para deficientes físicos 2,13% das vagas são reservadas às pessoas portadoras de deficiência

Fonte: Portal Mara Gabrilli

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

0 comentários:

Postar um comentário