Taxistas afirmam que a procura pelo serviço é baixa e que não compensa o investimento de cerca de R$ 100 mil.
Mais de um ano depois de os primeiros táxis adaptados para o transporte de deficientes físicos começarem a rodar, o projeto ainda patina em São Paulo.
No lançamento do programa, a prefeitura concedeu 80 licenças para o serviço, mais 40 de reserva, e diz que hoje são 35 veículos à disposição. A Folha fez um levantamento nas empresas cadastradas e foi informada de que apenas 23 veículos estavam disponíveis aos usuários.
Taxistas afirmam que a procura pelo serviço é baixa e que não compensa o investimento de cerca de R$ 100 mil --preço do veículo adaptado--, totalmente bancado por eles. Quando apresentou os táxis, em fevereiro de 2009, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse acreditar que, após chegar a 80 carros, a frota poderia ser ampliada.
Há dois meses, o secretário da Pessoa com Deficiência, Marcos Belizário, disse que já estavam superadas as "dificuldades iniciais de implantação, como a escassez de passageiros" e que o serviço tinha potencial para ser expandido.
"A prefeitura prometeu que haveria pontos em diferentes partes da cidade, em hospitais, shoppings, rodoviária. Nenhum dos pontos está disponível para a gente hoje. Estamos pagando para trabalhar, na verdade", diz o taxista Rodnei Oliveira Silva.
O autônomo financiou o veículo e diz enfrentar problemas para quitar a dívida. "A prefeitura não deu nenhum financiamento especial para adaptar o carro. Não estou conseguindo pagar tudo, meu nome está sujo."
"A maioria dos táxis estão nas empresas porque elas podem manter. Bancar cinco ou seis carros, mesmo dando prejuízo, dá certo em uma frota com 300 carros. Agora, o motorista autônomo não tem condição. A prefeitura deveria subsidiar alguma coisa", afirma Natalício Silva, presidente do sindicato dos taxistas.
Diana Sabbag, 29, é cadeirante e usa o serviço com frequência desde a implantação. Ela elogia a atenção dos motoristas e a segurança dos táxis, mas diz que não consegue marcar horários, devido à falta de carros. "Já perdi prova de faculdade por causa disso, consulta no médico."
O consultor Antonio Carlos Munhoz, 52, outro usuário dos táxis, diz que o serviço ainda atende poucos deficientes físicos. "Eles atendem muitos idosos ou pessoas que estão usando cadeira de rodas eventualmente. Como são poucos carros, então eles estão sempre ocupados", diz.
Outro lado
A Secretaria de Transportes afirma que "eventualmente, por questões de manutenção do veículo ou problemas relativos ao condutor", é possível que nem todos os 35 táxis acessíveis autorizados estejam operando.
Sobre os pontos específicos para táxis adaptados, a secretaria solicitou a criação de 15 a 20 pontos ao Departamento de Transporte Público em toda a cidade. Por enquanto, apenas o do aeroporto de Congonhas foi criado. "Haverá sorteio e a divisão dos 80 alvarás para os pontos, que terão telefones e coordenadores", informou a secretaria em nota.
Taxa
Alguns dos taxistas consultados pela reportagem disseram cobrar uma taxa extra, de até R$ 28, para fazer corridas com hora marcada com seus carros adaptados. Segundo a prefeitura, a tarifa a ser cobrada deve ser igual à dos radiotáxis, R$ 7.
A orientação é que valores maiores sejam denunciados e registrados em boletim de ocorrência --o taxista pode ser multado em R$ 192,66.
Fonte: Folha Online
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