Começa hoje (23) a 1ª Mostra Casa e Corporativos Acessíveis, no Shopping D&D, especializado em decoração, no Brooklin, zona sul de São Paulo. O evento reúne 27 arquitetos e decoradores, que receberam o desafio de montar espaços preparados para acomodar visitantes com qualquer tipo de limitação física. E isso quer dizer construir ambientes adaptados às crianças, aos idosos e aos deficientes físicos.
Antes de a mostra abrir as portas, o Estado convidou a vereadora Mara Gabrilli (PSDB), de 42 anos, para visitar a exposição. Tetraplégica há 16 anos, desde que sofreu um acidente de carro, ela poderia avaliar melhor se os ambientes são acessíveis de fato. Mara foi lá conferir. Encontrou boas ideias, mas pôde notar a falta de intimidade dos arquitetos com o assunto, que se revela em detalhes que passam desapercebidos para o público em geral, mas que dificultam muito a vida do deficiente físico.
No espaço feito em homenagem à vereadora, por exemplo, as arquitetas Solange Marchezinni e Cintia Padovan desenharam uma mesa, com forma arredondada, sustentada por um pé lateral, que deixa espaço livre para a cadeira de rodas. A altura, porém, é mais baixa que o ideal, e Mara não pôde entrar com sua cadeira. "Todas essas medidas estão numa cartilha universal que especifica os ambientes acessíveis", diz ela.
Nove dos ambientes planejados estão espalhados pelos andares do shopping e 12 deram origem a uma casa térrea montada na praça de alimentação. E foi lá que Mara encontrou seu maior empecilho: na porta, uma escada com quatro degraus. O elevador instalado ao lado não estava funcionando. Mara teve de ser carregada. Constrangedor? "Não. Inseguro. Eu posso cair da cadeira." Segundo Mara, o certo seria haver uma rampa. "Todas as pessoas devem entrar pelo mesmo acesso. O elevador segrega. E ele sempre pode quebrar", afirma. Na antevéspera da abertura, Mara tentou, em vão, convencer a idealizadora do evento, Acácia Lischewski, do grupo Ciranda Cultural, a construir uma rampa de acesso. "No próximo pensaremos nisso", prometeu Acácia.
Os decoradores se preocuparam em pesquisar no mercado acessórios adaptados de fábrica. No banheiro do casal, por exemplo, o arquiteto Robson Gonzales instalou uma pia com altura regulável. Marcos Jordão fez uma sala de home theater com aparelhos ativados com o comando de voz. "Em casa tenho de pedir para a minha assistente mudar os canais da TV", afirma a vereadora.
Zona de perigo. As paredes do banheiro do casal, no entanto, são de granito rústico. "Pensar em entrar num ambiente assim assusta. Costumo ser carregada de um lado para outro. É fácil braços e pernas baterem nas paredes. Sairia toda ralada." O mesmo acontece quando há quinas pontudas. "Na maioria dos ambientes não foram arredondadas", diz Mara. "E não há equipamentos para deficientes auditivos." Qual a nota que a vereadora dá para a mostra? "Seis."
Serviço
Casa e Corporativos Acessíveis. Até 25/7. Shopping D&D. Avenida das Nações Unidas, 12.555. Telefones: 11 3043-9000 / 3043-9650. Das 10h às 22h. Grátis
Quem é Mara Gabrilli?
Vereadora paulistana
Em 2005, Mara Gabrilli se tornou a primeira secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da cidade de São Paulo. Atua na Câmara Municipal da capital paulista desde fevereiro de 2007. Em 2008, foi reeleita com 79.912 votos - com isso, se tornou a mulher mais votada no Brasil para o cargo e a quinta entre os 55 vereadores paulistanos.
Fonte: O Estado de S.Paulo (Valéria França)
DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com
Seria interessante, ao invés de apenas repetir um texto que critica de forma infeliz um evento tão importante quanto esse, verificar que a vereadora esteve no espaço antes mesmo de sua conclusão e que os profissionais que ali estavam se empenharam ao máximo para conseguir mesmo que não 100% perfeito, inserir no mercado da arquitetura o conceito da Arquitetura Universal. Esse sim é o objetivo da Mostra e para muitos cadeirantes, que estiveram no dia da inauguração ficou claro que o evento cumpriu sua missão, pois eles ficaram simplesmente maravilhados com o que viram. Tenho certeza que a vereadora deve se retratar diante de tal comentário, pois ela desrespeitou não só a Ciranda Cultural, O D&D, o Instituto Brasil Acessível bem como todos profissionais e fornecedores envolvidos no evento. Que pena, que temos pessoas que preverem ver o meio copo vazio ao invés de valorizar o meio copo cheio...
ResponderExcluirEste é um ditado bem infeliz, pois por meios copos cheios que o Brasil se encontra nessa situação. Temos a obrigação de fazer produtos ou serviços perfeitos daqui pra frente. Não devemos mais nos enganar ou aceitar esse tipo de coisa. Quanto aos profissionais que me desculpem, mas errar na altura de uma mesa é um erro grosseiro quando se fala em acessibilidade. Os profissionais deveriam valorizar mais as cartilhas e os próprios deficientes para que possam aprender com os mesmos e não cometerem erros simples como estes.
ResponderExcluirPrezados,
ResponderExcluirESTIVE LÁ!!!
A jornalista e a vereadora que foram "vistoriar" e "divulgar" a Mostra que deveria ser totalmente elogiada e não criticada por pessoas "desinformadas e leigas" quanto ao BASTIDORES de uma mostra de decoração seja ela qual for.
Desconhecem que em Shoppings,as obra só podem ocorrer após as 22hs. Somente a partir de então é que podem ser feitos reparos e acabamentos.
A criação da mesa foi no sentido de proporcionar facilidades ao cadeirante em todos os sentidos.Me informei que a diferença 1,5cm na altura da mesa se deu para colocação de iluminação na parte interna e que só poderia ser reparada durante a noite, após fechamento do shopping.
Se a jornalista e a vereadora fossem no dia da inauguração com certeza comprovariam o acesso a mesa pois esta estava totalmente deacordo com as normas .A DEPUTADA CÉLIA LEÃO(paraplégia)em visita ao evento, considerou que tanto a mesa,a estante com altura correta para o cadeirante se aproximar dos livros e os demais itens que compoem o espaço, proporcionam acessibilidade correta.
No ambiente HOMENAGIANDO MARA GABRILLI, tudo foi estudado com muito cuidado e revisado pelo INSTITUTO BRASIL ACESSÍVEL, portanto a MESA ESTÁ CORRETA!
A jornalista (sem conhecimento do tema e muito menos dos bastidores de uma MOSTRA de DECORAÇÃO )escreveu o que viu e o que ouviu antes do término da obra.
SUGIRO A TODOS QUE VÃO ATÉ A MOSTRA E DESFRUTEM DO AMBIENTE CORPORATIVO,onde se encontra
essa mesa tão bem elaborada por profissionais envolvidos com a inclusão social criando móveis e ambientes comprovando que pessoas com deficiências podem ter ambientes elegantes e arrojados
.PARABÉNS AOS IDEALIZADORES E PROFISSIONAIS QUE DEDICARAM SEU EMPENHO PARA REALIZAÇÃO móveis e ambientes comproDE EVENTO EM PROL DE UMA CAUSA.
A visita foi realizada com a casa em obras, então qualquer conclusão tirada, foi no mínimo apressada, pois os ambientes em geral não estavam terminados. Além do mais a jornalista com o foco da matéria totalmente deturpado. Não aceito em hipótese alguma ser avaliado sem que meu trabalho esteja concluído.
ResponderExcluirE já que prezamos pela perfeição, queiram por favor retirar a foto desta matéria, pois este banheiro nada tem a ver com a mostra, e muito menos ilustra a qualidade do trabalho desenvolvido.
obrigado
Robson Gonzales
Nobres colegas,
ResponderExcluirSeria interessante que tirem suas próprias conclusões, visitem a mostra com o intuito de verificar o que foi feito em prol da acessibilidade e não para procurar possíveis "falhas dos Arquitetos". Se todos os setores da sociedade tivessem iniciativas como essa, com certeza seria mais fácil a locomoção de pessoas cadeirantes e com mobilidade reduzida.
Visitem a Mostra e tirem suas conclusões.
Pesquisem com cadeirantes, o que eles acham da mostra e se gostariam de terem suas casa construídas desta maneira.
Levem um cadeirante.
Visitei e adorei!!!!!!
Parabéns Ciranda Cultural e Shopping D&D.
Luciano Queiroz
Olá a Todos, em breve estaremos postando um novo texto sobre a mostra e escalrecendo detalher conferidos por nós mesmos. Um Grande Abraços A todos e muito obrigado pela colaboração.
ResponderExcluirVisitei a mostra, e realmente gostei, e acho que trabalhos como esse devem ser cada vez mais frequentes. Porém, temos que levar em consideração e aceitar que alguém errou. Quando se trata do revestimento usado no banheiro, concordo plenamente que foi um equivoco sutil, pois o ambiente está ótimo e esse é o tipo de erro que dever ser passado por despercebido. Agora quando tratamos da altura da mesa, é um pouco diferente a história. Esse é o tipo de erro primário, que independe de qualquer desculpa não vai deixar se ser primário. Isso jamais deveria ter acontecido. Acredito que foi um simples descuido. Mas também acredito que esse deve ser reconheceu e aceito pelos idealizadores do ambiente. Acho que todos que aqui postam são pessoas que de alguma forma se interessam pelo assunto, portanto não nenhum leigo.
ResponderExcluirMas ressalto que a idéia da mostra é maravilhosa, e parabenizo a todos os idealizadores e os profissionais envolvidos. Que esse seja um grande incentivo a outros profissionais.
Caro Ricardo,
ResponderExcluirJá que copia tudo em seu blog, deveria copiar também o comentario que a Vereadora Mara Gabrilli postou hoje no site do Estadão abaixo da infeliz matéria sobre a Mostra Acessivel que a pseudojornalista escreveu.