sábado, 17 de julho de 2010

Leitor de movimentos pode ajudar na reabilitação de deficientes

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Outros países também desenvolveram essa tecnologia. A vantagem da brasileira, criada na PUC-Rio, é que ela é mais rápida, menor e mais barata.

No laboratório da universidade, o estudante Alexandre Orniga veste uma touca de malha cheia de fios e sensores. Em cada um deles, injeta um gel condutor. O computador passa a captar as ondas cerebrais do estudante de robótica. Ele vai comandar o computador apenas com o pensamento.
O braço mecânico vai para cima, para os lados, para baixo. Alexandre nem se mexe. Como se fosse um paciente imobilizado, Alexandre usa a touca para enviar uma mensagem ao computador. Pode ligar a TV, chamar um médico, uma enfermeira. Pensou, o computador leva três segundos para obedecer.
“Nosso cérebro tem uma região que processa o planejamento do movimento. Ou seja , planejando o movimento e sem fazer o movimento, o cérebro já altera os sinais. Conseguimos captar isso”, explica o estudante Alexandre Orniga.
Toda essa tecnologia cabe em oito sensores, alguns fios, um notebook e uma caixinha preta.
Levou três anos para ser desenvolvida no Centro Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e foi a sensação este ano da Conferência Internacional de Robótica no Alasca, nos Estados Unidos.
Outros países também desenvolveram essa tecnologia. A vantagem da brasileira é que ela é mais rápida, menor e mais barata. O equipamento, se produzido para o mercado, custa menos de R$ 1 mil. No futuro vai ser menor ainda. O computador pode ser substituído por uma plaquinha de computador.
O leitor de pensamento dos japoneses, por exemplo, usa um capacete e uma caixa bem maiores. Já há empresas interessadas em produzir esse sistema e até o fim do ano deve entrar em testes um comando desses ligado a uma cadeira de rodas.
“Não vai precisar mover um único músculo, porque às vezes pode ser fatigante precisar mover um músculo como algumas interfaces atuais utilizam para mover cadeiras de rodas. Só com o pensamento ele vai conseguir executar a tarefa”, aponta o professor Marco Antônio Meggiolaro, do CTC / PUC-Rio.



Fonte: Jornal Nacional - 17/07/2010

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