quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Escolas estaduais recebem adaptações para alunos com necessidades especiais

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Duas unidades totalmente adaptadas estão em fase final de construção
Angélica Paulo

Para Juliana Saleiro, deslocar-se de um andar para outro, na escola, era uma tarefa árdua. Aluna cadeirante, a adolescente precisava contar com a ajuda de colegas para se locomover entre a sala de aula, o refeitório e as demais dependências escolares. Isso, até ser matriculada na Escola Estadual Albert Sabin, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, onde cursa o terceiro ano do Ensino Médio. Equipada para atender alunos com necessidades especiais, a escola é uma das 908 unidades escolares que sofreram intervenções, como portas maiores, com visores e barras de proteção para cadeirantes.
"Até mesmo meu rendimento escolar melhorou. Antes, sem a rampa menos inclinada, eu tinha que fazer mais esforço e o cansaço não me deixava estudar direito", explica Juliana, que será paraninfo da turma, durante a formatura no final do ano.
O conceito adotado pela Secretaria de Estado de Educação é a inclusão. Por isso, além de cadeirantes, todas as escolas da rede estadual também estão aptas a atender alunos com transtornos globais do desenvolvimento, deficiência física e paralisia cerebral, além de deficientes visuais, não existindo, por exemplo, unidades exclusivas para este tipo de atendimento. Atualmente, a rede estadual conta com 844 alunos com deficiência auditiva, que são atendidos em 569 escolas, totalizando 318 profissionais intérpretes de Libras (linguagem de sinais).
Diretora da escola Albert Sabin, Sirlea Reis acredita que a cooperação entre os alunos que possuem algum tipo de necessidade especial e os que não são portadores de deficiência oferece um estímulo para ambos. Segundo ela, a mudança na infraestrutura da unidade só fez reforçar o vínculo entre os alunos, que passaram a responder ainda melhor às aulas, além de desenvolverem uma relação melhor com a própria escola.
"Desde o início do ano passamos a funcionar com mais recursos, como banheiros adaptados e rampas com piso tátil e menor inclinação. Com isso, os estudantes passaram a cooperar mais uns com os outros e esse resultado foi extremamente positivo", contou, acrescentando que a escola possui, atualmente, duas alunas cadeirantes, além de quatro alunos com necessidades neurological. Os outros 38 alunos com necessidades especiasi que a escola atende são deficientes auditivos.
Duas escolas consideradas padrão estão sendo construídas com recursos obtidos através do Plano Nacional de Educação (PNE). As escolas serão totalmente adaptadas para receber, também, alunos com necessidades especiais, a começar pela própria estrutura dos prédios: as partes podem mudar de lugar, facilitando sua construção em qualquer tipo de terreno, com diferentes dimensões. Além de portas mais largas e com visor, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braille, as unidades também contarão com um ginásio preparado para receber todos os alunos. Além de piscina olímpica, que poderá ser utilizada por alunos cadeirantes (uma rampa com corrimão permitirá que o próprio aluno possa se locomover), o local também vai contar com um salão de espartos voltado para ginástica olímpica e artes marciais, entre outras modalidades.
"Toda a escola foi construída pensando na acessibilidade total de alunos e professores e também no aproveitamento do espaço. Todas as janelas foram construídas a 90 cm do chão, permitindo que os alunos cadeirantes possam ter total visão da parte externa da unidade", explica a Diretora de Projetos Especiais da Seeduc, Maria José de Mello. "Até mesmo a calçada em frente a escola terá uma rampa especial para que os pais possam desembarcar os alunos cadeirantes com segurança".
A previsão da Secretaria para o término das obras nas duas unidades é dezembro deste ano. Em 2011, cada escola receberá 600 alunos, divididos em dois turnos, que contarão ainda com um laboratório e uma sala de recursos, com lousa touch screen e outros equipamentos voltados para os portadores de necessidades especiais. Os professores da rede também recebem treinamento para atuarem no atendimento educacional especializado aos alunos com algum tipo de deficiência ou transtorno global do desenvolvimento.

Fonte: O Dia On-line

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