segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A luta dos portadores de deficiência

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Aquiles Ferraz, superintendente executivo da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação, dá sua opinião sobre saúde pública no Brasil
Aquiler Ferraz Nunes
Conquistas não acontecem por acaso: resultam de lutas, às vezes de uma única pessoa, outras vezes da coletividade। Pois bem, a luta dos portadores de deficiência tem o apoio de diversas organizações por todo o mundo। Todas interagem para a construção de uma sociedade mais justa। .Ontem, comemoramos, no Rio de Janeiro, o Dia de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, mas essa jornada está longe de acabar. Neste início de século XXI, metade das crianças que nasceu no nosso país ainda não teve acesso, pela saúde pública, a todos os exames preventivos neonatais essenciais para reduzir a incidência de muitas deficiências. Ainda se trabalha pouco com as causas e muito com as consequências.
Historicamente, no Brasil, a atenção à saúde da população com deficiência depende da iniciativa de entidades filantrópicas (particulares), que acabam por desempenhar um papel público, mas com pouco ou nenhum reconhecimento na parceria governamental e sem o necessário apoio financeiro.
As pessoas com deficiência têm direito a atendimento médico, psicológico e funcional, incluindo próteses, e a reabilitação médica e social. Na atualidade, existem dificuldades quando se recorre à rede hospitalar pública, considerando que a reabilitação dos portadores de deficiência pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não contempla um atendimento adequado e tampouco oferece internação para o tratamento.
Cabe ressaltar que ser deficiente não implica necessariamente ter uma anomalia física visível, como a falta de um membro. Existem, por exemplo, os deficientes mentais, auditivos e visuais. E, muitas vezes, a pessoa apresenta uma anomalia quase imperceptível, determinada, na maioria dos casos, somente por perícia médica.
Esforços especiais precisam ser feitos também para promover o acesso de pessoas com deficiência ao emprego. Isso requer uma ativa mobilização, não apenas de defensores da inclusão social, mas também das autoridades públicas e da iniciativa privada.
O emprego de pessoas com deficiência é persistentemente baixo. Parece uma verdade sem exceção: independentemente do sistema de cotas, políticas preferenciais, legislação ou incentivos econômicos.
Existem casos em que há mais vagas do que candidatos com deficiência. Não há portadores de deficiência capacitados, devido à falta de preparo das escolas para lidar com suas demandas e também pela falta de apoio das empresas em prepará-los para as oportunidades de vagas que oferecem.
As pessoas com deficiência enfrentam barreiras psicológicas, sociais, bem como barreiras físicas e materiais. A transformação necessária para que sejam inseridas na sociedade não depende apenas de ações pontuais, específicas e momentâneas. É preciso continuidade no desenvolvimento de políticas públicas articuladas de forma a contemplar todas as dimensões da vida dessas pessoas. Além de ter em vista educação, saúde, assistência, trabalho, cultura, transporte e lazer, trata-se também de uma questão de cidadania.

Fonte: O Globo

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