Izabel Maior, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, não pode sentar-se à mesa da casa devido à falta de acessibilidade do Senado
Johanna Nublat
Convidada para a abertura da 6ª Semana de Valorização da Pessoa com deficiência no Senado, a secretária de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência se viu impossibilitada de ter acesso à mesa da Casa.
Alguns degraus tornavam o local inacessível para Izabel Loureiro Maior, cadeirante e principal autoridade federal para o segmento. Ela integra a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, ligada à Presidência.
Pela praxe, quem não está na mesa não é citado nos discursos dos congressistas, disse ela à Folha. "Não ser citada mostra a barreira."
"Infelizmente, hoje nós ainda não poderemos contar com sua presença aqui ao nosso lado, mas sinta-se como se aqui estivesse", disse Heráclito Fortes (DEM-PI), que presidia a abertura do evento, cujo slogan é "Acessibilidade está na moda".
Fortes também pediu desculpas pelo fato de o elevador que dá acesso às galerias, de onde o público acompanha as sessões, estar quebrado. É só por meio dele que um cadeirante chega ao setor.
Reportagem publicada pela Folha em novembro mostrou a falta de estrutura dos órgãos públicos federais com relação à acessibilidade.
À época, a responsável pelo programa Senado Inclusivo e chefe do cerimonial, Mônica Freitas, afirmou que o plenário era acessível por meio de uma rampa móvel.
Questionada ontem, disse que a rampa não existe mais. Segundo ela, uma reforma para dar acesso ao plenário está prevista para julho.
Fonte: Folha de São Paulo
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Isso é uma vergonha, existem recursos técnicos e financeiros para remover completamente algumas barreiras arquitetônicas existentes no Congresso Nacional, sem promover uma descaracterização visual tão significativa dos recintos alterados, mas sempre usam a questão do tombamento como desculpa para impedir obras para acessibilização.
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