quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Avanço da terapia gênica e do uso de células-tronco traz esperança de curas

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Saiba quais as expectativas para os próximos anos sobre algumas doenças

Antes de decifrarem o genoma humano, cientistas acreditavam que quando o fizessem a vida da humanidade estaria resolvida. Mas, embora muitas pesquisas tenham sido encaminhadas, principalmente na área da produção de medicamentos na última década, a população em geral ainda não obteve benefício direto. Cientistas apostam, entretanto, que a cura para algumas doenças, sobretudo aquelas que são crônicas esteja perto de acontecer.
Até 2015 muitas notícias boas devem rondar a área da saúde. Com o avanço da terapia gênica e também do uso de células-tronco que corre em paralelo à genética, haverá a resposta para dezenas de indagações no meio médico. Pesquisadores estão próximos de traçar o perfil genético de cada indivíduo.
Na prática, isso significa que um exame laboratorial dará à população a possibilidade de carregar consigo uma espécie de carteira de identidade com a decodificação de todas as partes do organismo. Com esse mapeamento, o médico terá condições de saber se o paciente tem propensão a alguma doença crônica e prevenir que ela se manifeste.
Estamos caminhando rapidamente para o sucesso de novos tratamentos médicos, mas ainda são necessárias técnicas de análise mais avançadas para fazer um mapa completo de cada um dos 23 mil genes dos quais dispomos e que interagem entre si. Só assim a medicina terá respostas sobre o que exatamente desencadeia doenças em que o sistema de defesa de um organismo ataca ele próprio, por exemplo — explica Roberto Giugliani, professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No campo das células-tronco, acredita-se que até 2050 haverá o domínio da ação dessas células, o que tornará possível curar, regenerar e consertar estragos provocados por doenças como câncer, Alzheimer, reumatismo e esclerose múltipla. A tendência é de que nas próximas décadas, as células-tronco substituam a administração de medicamentos e sejam uma alternativa de transplante.
A quantidade de pesquisas pode gerar angústia nos pacientes, já que a tendência no futuro é ter diversas opções para tratar uma determinada enfermidade. Assim, a previsão da Elizabeth Obino Cirne Lima, responsável-técnica pelo Centro de Tecnologia Celular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, é de que a relação médico-paciente possa mudar. Em vez de o especialista indicar um tipo de tratamento, o doente é quem vai se informar sobre as opções disponíveis. Feito isso, procurará o médico para esclarecer dúvidas a respeito da técnica, explica a pesquisadora.
A diferenciação celular está mexendo com a finitude da vida. Mas o trabalho é para alternativas terapêuticas, qualidade de vida e não fazer com que as pessoas vivam para sempre — explica Elizabeth.

As expectativas

Veja quais as perspectivas para o uso de células-tronco:

No presente
Leucemia
Células-tronco retiradas de cordão umbilical e armazenadas em bancos de células-tronco são cada vez mais usadas em substituição ao transplante de medula óssea em pacientes com leucemia. Com a técnica, mais de 1,5 mil pessoas podem deixar de morrer por falta de doadores de medula óssea no Brasil.

Para 5 anos
Lesão medular
Avanços para tratar lesão medular (acidentados) com células-tronco devem chegar aos hospitais . O avanço também poderá ser usado como recurso para casos de ruptura de nervos.
Parkinson
A expectativa é de que a doença seja tratada com terapia celular. Pesquisas sobre a injeção de células-tronco em áreas do cérebro que desencadeiam os sintomas já foram iniciadas em humanos.

Para 10 anos
Combinação das terapias gênica (alteração na informação genética da célula) e celular
O desenvolvimento da técnica tende a substituir o uso de boa parte das medicações. A junção deverá fazer com que a manipulação in vitro da célula seja tão eficaz que a transforme conforme as necessidades do paciente. Por exemplo, uma célula-tronco qualquer poderá adquirir características de um músculo cardíaco e ser colocada no coração para reparo desse músculo.
Diabetes Tipo 1
A ciência promete trazer soluções para essa deficiência do sistema de defesa do organismo, que além de atacar corpos estranhos como vírus e bactérias, danifica as células do próprio pâncreas (responsável pela produção de insulina). No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, pesquisadores transformaram uma célula-tronco em produtora de insulina e a transplantaram para animais diabéticos. Em 100% dos casos, as cobaias ficaram com a produção do hormônio muito próximo do normal. A tendência é de que dê certo também em humanos.
Sistema Nervoso Central
Doentes com esquizofrenia devem ter uma melhora significativa na qualidade de vida. Isso porque cientistas já injetam células-tronco em animais e essa intervenção impede que ocorra a lesão que o surto psiquiátrico causa em áreas do cérebro. Com o sucesso em cabaias, a tendência é de que se comece a experimentação em pessoas.

Órgãos fabricados

Será questão de anos para que órgãos mais simples possam ser fabricados fora do corpo. Um grupo do Instituto de Pesquisa de Células-Tronco, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estuda a formação de tecidos e ossos in vitro desde 2007. De acordo com a farmacêutica e bioquímica Patricia Pranke, coordenadora do estudo que alia engenharia genética com nanotecnologia e células-tronco, a técnica, que resulta na capacidade de regeneração, poderia ajudar pacientes com osteoporose ou perda óssea. Em vez de usar prótese de titâneo, por exemplo, o indivíduo usará esse implante de célula-tronco.

Como é feito

Para a construção do órgão fora do corpo, as células-tronco são extraídas de dentes de leite e colocadas em um molde do tamanho do que se deseja regenerar. Depois de um tempo, as células se multiplicam, preenchendo o molde e formando um tecido tridimensional.
Só depois que a célula tomar conta do molde e ele sumir dando lugar à estrutura regenerada é que o tecido pode ser implantado no organismo. Essa seria a base da construção de órgão artificiais.
Construir um coração ou um pulmão, que são formados por células com dezenas de funções diferentes, é mais complexo, mas os conhecimentos na área avançam nessa direção.
Fonte: Carlos Alberto Moreira-Filho, biólogo e geneticista da Universidade de São Paulo (USP), Elizabeth Obino Cirne Lima, responsável-técnica pelo Centro de Tecnologia Celular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Patricia Pranke, farmacêutica e bioquímica.

Células-tronco...
... em uso: doenças hematológicas (como leucemia)
... em fase de teste em pacientes humanos: cardiologia, neurologia, oncologia, nefrologia e ortopedia
... ainda não passaram de estudos com ratos: fígado, patologias relacionadas com fígado, Sistema Nervoso Central (SNC) e outras doenças degenerativas e doenças genéticas (deficiências enzimáticas)

Fonte: Zero Hora
Referência: Portal Mara Gabrilli

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