domingo, 5 de abril de 2009

Estado terá vagas “especiais”

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Uma série de ações e parcerias em curso ou sendo esboçadas no Rio Grande do Norte poderá abrir caminho para que pessoas com necessidades especiais possam se qualificar e garantir vaga no mercado de trabalho. Elas terão, por exemplo, prioridade para entrar no programa Adolescente Trabalhador, do Banco do Brasil, e ganharão, até o final de maio, uma Central do Trabalhador, na Zona Norte de Natal, onde poderão participar de cursos profissionalizantes e receber assistências psicológica, social e jurídica, além de encaminhamento para uma vaga de emprego no estado. Tudo de graça. As ações vêm sendo articuladas pela Secretaria Estadual do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), que, só na Central do Trabalhador da Zona Norte, espera atender, mensalmente, entre 300 e 400 pessoas que queiram ingressar ou segurar o posto de trabalho que ocupam atualmente no mercado.
No caso do programa Adolescente Trabalhador, desenvolvido desde a década de 70 pelo Banco do Brasil, no país, será firmado um convênio prevendo que jovens portadores de deficiência, que tenham idade entre 15 e 17 anos, renda familiar per capita de até meio salário mínimo - ou R$ 232,5 - e que sejam assistidos nas Centrais do Trabalhador, sejam contratados pelo Banco. Eles desempenharão ‘‘funções de escritório’’, ligados, por exemplo, a arquivos, xerox e correspondências. Participarão, ainda, de treinamentos, que incluirão aulas em áreas como Código de Defesa do Consumidor, atendimento telefônico e informática básica. ‘‘São cursos que aumentam as chances deles no mercado de trabalho, após saírem do banco’’, frisa o gerente de Gestão de Pessoas da instituição, Helder Viana Costa.
Além de conhecimento, os adolescentes selecionados para ingressar no banco terão direito a um salário mínimo e a vales transporte e refeição. O programa oferece um número fixo de 73 vagas no estado.
Os portadores de necessidades especiais serão incoporados na medida em que os atuais participantes forem se desvencilhando. ‘‘Temos toda a estrutura preparada para recebê-los, o que inclui rampas, espaços para cadeiras de rodas, barras e alarmes nos banheiros, funcionários com cursos de libras. Com essa parceria, vamos reforçar o foco na inclusão que temos desde a década de 70 com esse programa’’, continua Viana.

CENTRAL

Os adolescentes deverão ser capacitados e encaminhados pelas Centrais do Trabalhador, mantidas no estado com recursos da Sethas. Ao todo, nove centrais funcionam no Rio Grande do Norte. Desde julho do ano passado foram iniciadas as atividades, em Natal, no bairro Cidade da Esperança. Desde a inauguração, a unidade qualificou mais de 3 mil pessoas, com uma média de 300 a 500 atendimentos mensais. ‘‘Temos priorizado as pessoas com deficiência, mas a procura por parte delas ainda é pouca. Para se ter uma idéia, do número total de qualificados até o momento, algo em torno de 30 a 40, apenas, tinham algum tipo de necessidade especial’’, diz o titular da Secretaria, Fabian Saraiva.Segundo ele, a Sethas vai investir algo em torno de R$ 600 mil a R$ 700 mil para viabilizar a implantação de uma segunda unidade, desta vez na Zona Norte, voltada prioritariamente para esse público. Os cursos que serão disponibilizados ainda estão sendo definidos, mas há a expectativa de oferecer, por exemplo, aulas de gastronomia, estética, informática, artes e vendas. ‘‘Estamos também prospectando onde, no mercado de trabalho, essas pessoas teriam melhor aceitação. A Sethas está em busca de mais parceiros para ampliar as oportunidades que existem hoje’’, frisa ainda Fabian.Ele diz que a Central vai funcionar em parceria com o Sesc e com a Associação dos Deficientes Físicos do estado, que está cedendo parte do prédio em que oferece serviços de reabilitação. Sobre a parceria com o Banco do Brasil, que começou a ser formatada esta semana, ele diz que a idéia é antecipar os meios que viabilizem mercado de trabalho para esse público. ‘‘O mercado ainda tem muito preconceito com esse público. Estamos fazendo várias articulações para quebrar esse preconcenito’’, ressalta o titular da Sethas. Segundo ele, as pessoas portadoras de deficiência representam hoje 25% da população potiguar, mas continuam excluídas do mercado de trabalho.

Centrais do trabalhador em Natal
*Cidade da Esperança - Rua Adolfo Gordo, sem número. 3232.0441
*Zona Norte - será inaugurada até o final de maio na Rua Cariacica, 2000, conjunto Santarém.

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