segunda-feira, 13 de abril de 2009

Portadores de necessidades especiais ganham projeto de profissionalização

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MANAUS - O projeto Curupira, mantido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), em Manaus, oferece cursos profissionalizantes e palestras educativas à Pessoas de Necessidades Especiais (PNEs). A idéia, segundo o coordenador do projeto, Dalmir Pacheco, é possibilitar a essas pessoas o acesso ao mercado de trabalho.



Sala de aula do curso de informática básica para portadores de deficiência física

A iniciativa foi criada por meio do Ministério da Educação (MEC) e é vinculada à Secretaria de Educação Superior (Sesu).O projeto oferece cursos de braile, linguagem de sinais, informática, xadrez, educação para o trânsito, além de inglês e espanhol. Em um ano, cerca de 150 alunos foram certificados, dos quais 26 já estão inseridos no mercado de trabalho.

- A intenção do projeto Curupira é oferecer condições para que uma pessoa com deficiência viva sozinha - disse o coordenador do projeto, o sociólogo e professor universitário do Ifam Dalmir Pacheco. De acordo com ele, o projeto se preocupa com a formação profissional, mas também com a convivência do deficiente em sociedade.Para a implantação do projeto em Manaus, o Ifam passou por um processo denominado de “Acessibilidade Arquitetônica”, no qual parte da estrutura física da instituição passou por reformas. Rampas de acessos às salas de aulas foram criadas e os banheiros foram adaptados. Atualmente, alunos e professores do instituto são os responsáveis pelo andamento do projeto.As cerca de 20 pessoas que trabalham no Curupira receberam capacitação em linguagem de sinais, braile além de Educação Inclusiva. “Implantamos a Acessibilidade Atitudinal, que foi a parte mais difícil, porque mexe com o comportamento humano em relação a pessoas com deficiência”, afirmou o coordenador.

- Trabalharemos a educação para convivência. A idéia construir, pensar e imaginar ferramentas para construir essa acessibilidade pedagógica e integrar educadores e alunos - explicou Pacheco.MetodologiaDe acordo com os professores dos cursos de informática, as metodologias utilizadas nas aulas se baseiam, principalmente, no respeito ao ser humano. “Utilizamos materiais didáticos específicos para deficientes, mas a nossa metodologia é baseada na atenção individual e na sensibilidade de incluí-los no mundo tecnológico”, disse o professor de informática José Roberto.Para o instrutor de informática Alexandre Rodrigues, o Curupira é ‘uma experiência de vida’. “São pessoas que se esforçam para também estar incluídos na sociedade e é nosso dever profissionalizá-los”, comentou o professor.

Inclusão e Acessibilidade

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, aproximadamente, 15% da população brasileira apresente dificuldades auditivas, visuais, físicas ou mentais. Anderson Rodrigues de Oliveira, de 33 anos, faz parte desta estatística.

Aos 24 anos, ele perdeu totalmente a visão devido a um tumor na cabeça. Ele cursava três faculdades e hoje, com apenas oito por cento da visão do olho esquerdo recuperado por meio de uma cirurgia, frequenta as aulas de inglês e espanhol do Projeto Curupira.- É muito difícil ver meu filho nessa situação. Hoje ele estuda idiomas no Curupira e isso devolveu um pouco da auto-estima dele - conta a mãe de Anderson, Raimunda Rodrigues de Oliveira, 57, que acompanha o filho diariamente nas aulas.

Desenvolvimento

A mãe da deficiente auditiva Elida Fabiane de Araújo, 23 anos, fala dos benefícios do projeto para a vida da filha. “Além do conhecimento que ela adquiriu na área de informática, essa ação possibilitou a interação dela com outros surdos. Pegar o ônibus, voltar para casa, tudo ajuda no desenvolvimento dela”, disse Maria José Rodrigues da Araújo, mãe de Elida.Segundo Maria José, as empresas já reconhecem a necessidade de um deficiente ter um emprego, mesmo diante da obrigatoriedade prevista em lei. “A minha filha já trabalhou em algumas empresas e eu já percebo uma leve mudança nesse sentido”, indaga.

O coordenador informou que o projeto Curupira está em processo de evolução, mas que já recebe contato de empresas do Pólo Industrial de Manaus em busca de indicações de PNEs para vagas no distrito.- A nossa intenção é fazer com que o aluno saia satisfeito e que utilize o certificado o IFAM para o mercado de trabalho. O diploma, de acordo com ele, tem uma aceitação é boa no mercado de trabalho.

Próximas ações

No segundo semestre deste ano estão previstos a realização de curso de informática para deficientes visuais moderados e totais e o lançamento de um livro de lendas amazônicas em braile e áudio. “O livro será um material paradidático para o professor utilizar na inclusão de pessoas com deficiência visual na sociedade”, explica o coordenador do projeto Dalmir Pacheco.O Dalmir adianta que está previsto, ainda, o lançamento do projeto “Pré-Vest” que oferecerá aulas para quem desejar concorrer a uma vaga em vestibulares de universidades da cidade. As aulas serão ministradas por alunos de licenciatura do IFAM.O projeto Curupira é realizado em um espaço do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), antigo Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet/AM), localizado na Avenida Sete de Setembro, 1975 – Centro de Manaus.

http://portalamazonia.globo.com

3 comentários:

  1. Boa Tarde. Queria parabenizar a iniciativa deste blog, sofro com uma pequena deficiencia na coordenação motora, e sofri bastante com isso, felizmente hoje tenho meu emprego e estou cursando a faculdadae, mas fico feliz que mais pessoas tenham a ciencia de que ser deficiente, é ser uma pessoa como qualquer outra, e não somos mostros. Obrigado pelo Blog, Obrigado por tudo

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Meu querido, suas palavras me emocionaram, realmente acreditamos que deficiência não existe!Todos nós temos nossas limitações e nossas dificuldades...ninguem mais do que ninguem...
    Bjos

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