terça-feira, 26 de maio de 2009

Impressões de uma cadeirante em Sergipe

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Turismo acessível visto por quem é usuário e necessita de acessibilidade para aproveitar as férias
( Adriana Lage)

Nas últimas férias, resolvi arriscar e conhecer um pouco das belezas de Sergipe. Antes de fechar meu pacote, entrei em contato, através de emails, com a Prefeitura de Sergipe e a Secretaria de Turismo do Estado para verificar a acessibilidade do local. Infelizmente, nenhum email foi respondido. Como sou tetraplégica e usuária de cadeira de rodas, procurei um hotel que tivesse quarto adaptado. Após algumas pesquisas, acabei escolhendo o Parque dos Coqueiros. Pena que a acessibilidade prometida tenha ficado apenas na conversa... Em uma semana de férias, pude verificar, mais uma vez, como os direitos das pessoas com deficiência ainda são desrespeitados. A seguir, um breve relato sobre os problemas que enfrentei e minhas impressões sobre Sergipe.

Viagem de Belo Horizonte/Salvador/Aracaju
Na ida para Aracaju, tive sérios problemas com a funcionária da TAM no Aeroporto de Confins. Mesmo tendo solicitado reserva de assentos nas 3 primeiras filas, conforme a Resolução 009/2007 da ANAC, só consegui um lugar na 1ª fila após reclamar bastante e contar com a boa vontade de outro passageiro, que permitiu que minha mãe se sentasse ao meu lado. Como a TAM não me disponibilizou o cinto de segurança de 3 pontas, que permite maior firmeza e segurança durante a viagem, precisei de uma acompanhante para me segurar durante o pouso. Quando fui despachar minha cadeira de rodas, a funcionária me disse que eu deveria assinar um termo de responsabilidade isentando a TAM de qualquer dano ou avaria na minha cadeira de rodas. É claro que a empresa aérea é responsável pela minha cadeira de rodas. O termo é inconstitucional. A própria ANAC e o PROCON já me alertaram sobre esse fato. Como fiquei indignada com a situação, me recusei a assinar. A funcionária alegou que eu só poderia viajar após assinar o termo, que é de praxe da TAM. Minha mãe acabou assinando o termo para que pudéssemos viajar. Assim que voltei pra casa, abri uma reclamação junto à ANAC.
Após a conexão em Salvador, tive, novamente, problemas para conseguir um lugar nas primeiras filas. Os próprios comissários desconhecem a Resolução da ANAC. Na primeira fila, estavam uma mulher e suas duas filhas, de 8 e 10 anos. Elas se recusaram a trocar de lugar. Graças à boa vontade de uma senhora, consegui um lugar na 2ª fila. Os passageiros que estavam nas primeiras filas acharam um absurdo ceder seu lugar para uma cadeirante. Sem brincadeira, gastamos cerca de 10 minutos para conseguir um lugar na 2ª fila. A tripulação do vôo também desconhecia a existência do cinto de três pontas. O Aeroporto de Aracaju não possui elevadores ou flingers. Fui carregada, em minha cadeira de rodas, pelas escadas, o que é bem desagradável e perigoso. Segundo um taxista da cidade, o Aeroporto será reformado em breve. Quando peguei minha bagagem, descobri que a sombrinha que uso acoplada à cadeira de rodas para me proteger da chuva, estava toda quebrada. Ainda bem que os Deuses me ajudaram e diminuíram a chuva em Aracaju. Na volta pra casa, passei cerca de 4 horas no Aeroporto de Salvador devido à conexão. Fiquei encantada com a acessibilidade. Existem vários banheiros adaptados, o aeroporto está todo sinalizado, caixa eletrônico adaptado, etc. Por todo o aeroporto, encontrei placas da Infraero falando sobre a acessibilidade.
Em Aracaju, embarquei no mesmo vôo que o Ministro do Supremo, Carlos Ayres de Britto. Ele veio na 1ª fila do avião: viajamos separados apenas pelo corredor. Quando fomos desembarcar, os funcionários da TAM não me ajudaram. Minha mãe foi me carregar para colocar na cadeira de rodas. Quando viu tal cena, o Ministro se levantou e também me carregou. A comissária e demais tripulantes da TAM ficaram sem graça. No vôo de volta pra casa, trecho Salvador/Confins, tive a sorte de conhecer o comissário Marcel Toni, da TAM. Ele viu minha irmã me segurando durante a decolagem e me ofereceu o famoso cinto de três pontas. Realmente, o cinto me deu muito mais firmeza, independência e tranqüilidade. Ele me disse que a TAM equipou praticamente toda a sua frota, há cerca de um mês. Só que muitos comissários ainda desconhecem sua existência; falou para eu solicitar o cinto em todas as viagens e, caso o comissário desconheça tal fato, para explicar que ele fica numa caixinha azul, perto dos materiais da tripulação.

Receptivo: Nativa Turismo X TopTur Em BH, contratei os serviços da Nativa Turismo para traslado e city tour. Em conversa telefônica, eles me garantiram que me receberiam em carro pequeno ou van, que não utilizariam ônibus e que me ajudariam a entrar/sair dos veículos. A atendente não me passou muita segurança quando perguntei se conseguiria conhecer os Cânions do São Francisco – ir à Sergipe e não conhecê-los, é como ir à Roma e não ver o Papa! – falou que precisariam me ver primeiro para dar a resposta. Como não conhecia ninguém por lá, acabei arriscando e fui.
Quando cheguei ao aeroporto de Aracaju, o guia da Nativa Turismo levou um susto ao me ver. Falou que não estava me esperando, pois não havia sido avisado e estava com um ônibus. Falei que minha agente de turismo de BH havia informado e ressaltado sobre minhas necessidades dois dias antes da viagem. Eles acabaram me mandando de táxi pro Hotel.
Fiquei muito chateada com a situação. Para minha sorte, numa daquelas felizes coincidências do destino, conheci a Gabi, uma agente de viagens da Toptur, que fica no Hotel Parque dos Coqueiros. Ela foi muito simpática e atenciosa comigo. Falou que a Toptur me levaria sem problemas, e com toda a assistência, para conhecer os Cânions do Xingó e nos demais passeios que quisesse fazer. Eles utilizam vans e carros menores. Acabei trocando, na hora, a Nativa Turismo pela Toptur.
Como já havia pagado pelo city tour e um passeio à praia do Refúgio, ainda em BH, decidi arriscar e testar os serviços da Nativa Turismo. Para evitar desgastes, liguei no dia anterior e conversei com a Angelina. Ela me garantiu que não utilizariam ônibus. Para minha surpresa e revolta, fui fazer o passeio em um ônibus. O motorista e a guia não me ofereceram ajuda. Por sorte, um casal de São Paulo, ficou indignado e me ajudou a entrar no ônibus. Por mim, eu teria voltado para o hotel na primeira parada. Mas minha irmã não me deixou fazer isso. Minha mãe puxou a orelha do motorista e ele passou a me carregar, juntamente com o Senhor Sebastião. Quando paramos no Mercado, o Sebastião, que estava tão indignado quanto eu, foi ao posto de informações turísticas e fez sua reclamação. Ele também preencheu a pesquisa sobre o passeio falando mal do transporte e ressaltando sobre a necessidade de ônibus com elevador. Após a volta pra casa, mandei um email para a Nativa falando sobre a minha decepção. Mas ainda não tive resposta. Em contrapartida, a TopTur me deu toda a assistência possível. Fui aos Cânions, à Mangue Seco e ainda fiz um city tour com eles. De cara, a Gabi nos apresentou ao Robson, uma criatura fantástica, que cativa a gente pela simpatia e simplicidade, que seria nosso motorista. Devo a ele a oportunidade de conhecer lugares complicados para uma cadeirante. Ele me carregou pra todo lado: van, escuna, catamarã, bugre, etc. sempre com a carinha boa e a maior boa vontade e cuidado. Adorei os serviços da empresa. O guia que nos levou ao city tour, também foi uma gracinha. Nesse dia, pegamos a maior chuva. Mesmo assim, ele me carregou, pra todo lado, embaixo de um guarda chuva.
Na Nativa Turismo, me senti apenas um número. Tive meus direitos desrespeitados e eles nem tomaram conhecimento – o incomodado é que se retire. Turismo de massa tem dessas coisas.
Já na Toptur, por atenderem grupos menores, é possível dar mais atenção e um atendimento personalizado para o turista. Adorei os passeios que fiz e pretendo retornar à cidade daqui um tempo.
Quando forem passear em Aracaju, não deixem de procurar a Gabi, lá no Parque dos Coqueiros. Com certeza, não vão se arrepender! Hotel Parque dos Coqueiros No ano passado, passei uma semana de férias, no Hotel Parque da Costeira, em Natal. Ele é referência quando se trata de acessibilidade: quarto adaptado, cadeira elétrica para colocar o deficiente na piscina, rampas para todos os lados, etc. Como o Parque dos Coqueiros é da mesma bandeira, acabei optando por ele.
No site, eles falam sobre a existência de quartos para pessoas com deficiência. Quando cheguei ao hotel, me deparei com os seguintes problemas: · Existência de rampa para entrar no hotel. Só que existe um degrau para se chegar à recepção. · A Toptur, a lojinha e lan house também possuem um degrau na entrada. · Não há balcão rebaixado para atender cadeirantes. · Para se entrar nos quartos, é preciso subir um degrau, inclusive no quarto adaptado. · A pia do quarto adaptado não permite que a cadeira de rodas se encaixe embaixo dela. Tive que escovar os dentes de lado. · O chuveiro esquenta a água por conta própria. Quase me queimei. · Existe um degrau para entrar no banheiro e outro para entrar no Box. · O acesso aos quartos superiores (o hotel é enorme e só possui dois andares), à sauna, academia e saída para a praia, são feitos através de escadas. Mesmo com esses pequenos problemas, gostei bastante da minha estadia. A área de lazer é enorme: piscina, quadras de futebol, vôlei, playground, etc. A culinária é excelente. Os funcionários do hotel são bem simpáticos, sobretudo os do restaurante e os mensageiros. A localização é muito boa. Está pertinho do aeroporto e dá para ir a pé à Passarela do Caranguejo. Deixei algumas dicas junto ao hotel. O diretor comercial do hotel, Sérgio Araújo, me retornou dizendo o seguinte: Peço desculpas se ainda não estamos totalmente adaptados a todas facilidades que devemos oferecer ao portadores de necessidades especiais, mas posso garantir que estamos trabalhando para isso, inclusive estamos participando de uma comissão junto com o ministério público no sentido não só de nosso hotel estar realmente adaptado como também todos os acessos da cidade, o TAC ( Termo de Ajustamento de Conduta) prevê varias ações nesse sentido e aqui nós estamos nos adaptando, pois temos 24 anos de inaugurado e só agora as novas leis estão sendo cobradas, em breve teremos não apenas um apto. mas três que serão realmente todos adaptados para isso, teremos um elevador para acesso ao andar superior exclusivo para os portadores de necessidades especiais e também toda recepção e restaurante com o novo projeto de reforma, os outros acessos como praia, sauna e academia também serão contemplados. Agradecemos pelo e-mail e nos colocamos a disposição para o que se fizer necessário. Transporte Quase toda a frota de táxis da capital sergipana é movida à gás. Com isso, tive dificuldades em encontrar um táxi que coubesse a cadeira de rodas. Em dois táxis, a cadeira veio solta na porta malas, com a porta aberta. Segundo alguns taxistas, a tendência é substituir o gás pelo álcool/gasolina em pouco tempo. Segundo informações do Posto de Informações Turísticas do Mercado, não existem ônibus com elevador circulando em Aracaju. Nem mesmo ônibus de turismo. Acessibilidade na Orla de Atalaia A orla da praia de Atalaia é linda. Como o mar está se afastando da cidade, foram construídos alguns lagos artificiais, quadras de esportes, playgrounds, pracinhas com bancos para leitura e para conversa, restaurantes, sorveterias, barraquinhas, pontos de apoio para os moradores que vão à praia de ônibus, kart, etc, ao longo da orla. A orla foi totalmente revitalizada. A ciclovia permite uma caminhada tranqüila apreciando as belezas da região. Fora da ciclovia, em muitos pontos, é complicado andar na cadeira de rodas, pois o chão é de pedras, muito semelhante ao piso de algumas praças de Belo Horizonte, o que faz a cadeira pular bastante. Achei muito legal o fato de, em quase todas as esquinas, existirem rampas para acesso ao passeio. Os moradores da região são muito hospitaleiros e simpáticos, e sempre prontos a nos ajudar. Em vários restaurantes, já existem banheiros adaptados. Fiquei encantada com a Sorveteria Rivage. Além de oferecer sorvetes deliciosos, existe um banheiro adaptado, com direito a alavanca para se dar a descarga. Como o mar fica longe da orla, foram construídas várias pontes de madeira que levam a pessoa aos pontos mais próximos da areia. Todas as pontes nas quais andei possuíam degrau para se entrar nelas. Mas a vista é linda! Na Passarela do Caranguejo, local famoso por concentrar os principais restaurantes da cidade e ser um ponto de encontro da galera, tive um pouco de dificuldade para andar na cadeira de rodas. O chão está meio esburacado em alguns pontos, sem falar na existência de alguns carros estacionados na calçada. A entrada de muitos restaurantes ainda não é acessível. Mas, pelo o que pude verificar, em breve, Aracaju será uma cidade bem acessível, uma vez que o Ministério Público está trabalhando para isso. Alguns passeios realizados - Oceanário de Aracaju O Oceanário de Aracaju fica situado na Praia de Atalaia e tem o formado de uma tartaruga gigante. O ingresso custa R$ 8,00, sendo que pessoas com deficiência não pagam. Não tive nenhuma dificuldade para conhecê-lo. Até os aquários que ficam mais baixos, permitem que um cadeirante veja quase tudo. O passeio é bem legal e nos permite viajar pelos mares e admirar várias espécies, entre elas, tubarões e tartarugas. Existe banheiro adaptado.
Anexo ao Oceanário, existe uma lojinha com produtos do Projeto Tamar.

- Centro de Turismo
O Centro de Turismo abriga o trabalho de artesãos, sobretudo as rendas. Os preços são ótimos e a variedade de produtos é grande. Pena que existem escadas em todo o centro. Mas nada que o guia da Toptur e os vendedores não pudessem me ajudar.

- Mercado
As lojinhas do mercado costumam ter degrau para se entrar. Mais uma vez, os vendedores nos ajudam sem problemas. Em alguns lugares, o chão é de pedra, mas dá pra se andar na cadeira de rodas. A variedade é imensa! Encontrei desde roupas, doces deliciosos, bares até barbearias... Adoro conhecer novas culturas, novos costumes...


- Colina de Santo Antônio
Para uma boa mineira, acostumada às montanhas de Minas, esperava que a Colina de Santo Antônio fosse enorme. Como Aracaju é uma cidade bem plana, a Colina é bem suave. Não desci do ônibus para ver a Igreja de Santo Antônio, pois o tempo era curto e estava desconfortável ser carregada num ônibus. Do alto da Colina, temos uma visão panorâmica da cidade, que foi projetada como um tabuleiro de xadrez.

- Centro de Cultura e Artesanto
É um espaço de eventos bem amplo, onde são feitas apresentações da cultura regional. Além disso, encontramos várias lojas vendendo a famosa renda irlandesa, toda feita à mão, patrimônio cultural de Sergipe. Temos, ainda, lojinhas de roupas, doces e artesanato em geral. Após 17:30h, acontece uma feirinha, com barraquinhas variadas.

- Shopping Jardins e Shopping Rio Mar
Aracaju possui dois shoppings. Particularmente, gostei mais do Shopping Jardins. Achei os preços mais acessíveis e encontrei várias lojas conhecidas como Renner e C&A. O Shopping Rio Mar é mais antigo e possui dois andares. Para acessar o andar superior, tive que pegar o elevador social, que faz muito barulho e me deu certo medo. Existem vários banheiros adaptados e elevador para as salas de cinema.

- Casa de Forró Cariri (Restaurante e Casa de Show)
É onde temos o forró mais famoso da cidade. Para quem não curte forró, é possível desfrutar de um restaurante delicioso, com uma decoração típica e muito legal, com música ao vivo. Após 22h, começa o forró, em um salão climatizado, com palco e pista de dança. Tive a oportunidade de conhecer o dono do estabelecimento, o Senhor Hamilton, que me encantou pela simplicidade e simpatia. A casa de shows é totalmente acessível. No salão do forró, até a pista de dança possui rampa.

- Restaurante Carro de Bois
Restaurante próximo à Passarela do Caranguejo. Ambiente rústico, requintado e climatizado. Pena que o acesso para cadeirantes seja complicado. Para não atrapalhar a circulação das pessoas, fui colocada em uma mesa no fundo do corredor. Mas o cardápio é delicioso.

- Paraty Bar e Restaurante
É a barraca mais estruturada da orla de Aracaju, situada na Praia do Refúgio. O local é agradabilíssimo, cercado por dunas e coqueiros, com um restaurante central e vários quiosques individuais. O acesso para cadeirantes é bem tranqüilo. Existe banheiro adaptado.

- Cânions do Xingó
Para se chegar aos maravilhosos Cânions do São Francisco, viajamos três horas de van, pela TopTur, pelo sertão sergipano. Como havia chovido muito no nordeste, até o sertão estava verdinho! Ao longo da Rota do Sertão, recentemente inaugurada, podemos admirar a vida simples e dura dos moradores do Sertão. Passamos por várias cidades, como Ribeirópolis, Itabaiana (cidade do ouro), Poço Redondo (local onde morreu Lampião), até chegar a Canindé do São Francisco, onde temos a hidroelétrica de Xingó. Por sorte, quando fui, 4 comportas da usina estavam abertas, o que tornou o espetáculo ainda mais belo. Em Canindé, é possível conhecer o Museu de Arqueologia do Xingó e fazer uma visita guiada pela hidroelétrica. O passeio mais imperdível é navegar pelas águas do Rio São Francisco e admirar as belas formações rochosas. O cânion do Xingó é o 5º maior cânion navegável do mundo. Realmente, as pedras parecem ter sido talhadas à mão. Um passeio fantástico e belo. Só estando lá para entender e compreender tamanha beleza. Fomos até o Restaurante Karrancas para pegar o catamarã que nos levaria aos cânions. O restaurante possui escadas e uma rampa íngreme na entrada. O Robson, da TopTur, achou mais prudente não arriscar descer a rampa com a cadeira de rodas, me carregando pelas escadas. A entrada no catamarã é tranqüila, sendo preciso subir apenas alguns degraus. Navegamos uma hora pelo rio até parar na Gruta do Talhado para um banho nas águas calmas e esverdeadas. Não tive coragem de descer e nadar no Paraíso do Talhado, pois são 150m de profundidade. Mas a água é quentinha... É possível conhecer a gruta utilizando um barquinho. Para nadar, as pessoas utilizam espaguetes de isopor. O interessante é que os paredões rochosos foram formados há mais de 60 milhões de anos, mas só foi possível navegar pelo rio após o represamento de suas águas com a construção da Hidroelétrica de Xingó. Depois do passeio aos cânions, fomos almoçar no Restaurante Baião de Dois, em Piranhas/AL. Um local bem simples e com uma culinária divina.

- Mangue Seco
Novamente, contei com toda a assistência da TopTur para conhecer Mangue Seco, a famosa terra de Tieta do Agreste. É um passeio bem movimentado: andamos de balsa, escuna e bugre. O passeio começa com a travessia de balsa. Todos devem sair de dentro dos carros durante a travessia. No meu caso, pude ficar dentro da van. Percorremos mais uma distância de van até pegarmos a escuna Gazzela, que atravessa o Rio Real, até Mangue Seco. Mangue Seco é um local bem rústico, mas de uma natureza exuberante. Para cadeirantes, só mesmo andando de bugres. O motorista do bugre nos levou para conhecer as belezas da região: dunas, coqueiros, jumentos, praias, etc. Almoçamos em um restaurante rústico, mas que também possuía banheiro adaptado!
Enfim, acabei me surpreendendo com as belezas de Sergipe. Meus colegas de trabalho haviam feito muita propaganda da cidade, mas quis conferir de perto. O turismo no Estado ainda é recente, se comparado às outras capitais nordestinas. Gostei muito de constatar a preocupação dos moradores e empresários da região com a acessibilidade. A cidade é bem tranqüila e agradável. Não é à toa que seja considerada a capital brasileira da qualidade de vida. Tive a oportunidade de conhecer lugares maravilhosos e pessoas de várias partes do país. Sem sombra de dúvida, vale à pena conhecer o Estado e desfrutar das belezas sergipanas. Da próxima vez, pretendo voltar em época de São João!

Fonte: Rede Saci

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

Um comentário:

  1. Bom, depois de praticamente um ano fui ter o conheceimento deste blog, cujo um grande amigo fez referência. Sou o comissário Marcel Toni citado no texto e fico muito contente em ter podido ajudá-la, já que muitas são as pessoas desprovidas de conhecimentos e formas de tratamento à pessoas com necessidades especiais. Espero poder atendê-las numa outra oportunidade. Um grande abraço,
    Marcel Toni

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