sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lei de Cotas para deficientes faz 18 anos na sombra da exclusão

1 comment
Dezoito anos depois da criação da Lei de Cotas para os trabalhadores com deficiência, ainda há pouco a comemorar. Apesar dos avanços com a obrigatoriedade, o desconhecimento por parte dos empregadores e a falta de qualificação profissional são os principais obstáculos a serem vencidos.

Criada em 1991, a lei destina até 5% das vagas para trabalhadores com deficiência em empresas com mais de cem funcionários.
Somente em São Paulo, das 4.107 empresas enquadradas na lei, 1.037 ainda não preencheram as vagas reservadas às pessoas com deficiência, segundo dados da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo.
Falta de qualificação profissional e ausência de acessibilidade nas empresas – como rampas de acesso e sinalização em braile – são algumas dificuldades vivenciadas para quem tenta uma chance no mercado de trabalho. Marcos Belizário, secretário da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da cidade de São Paulo, afirma que a Lei de Cotas foi um avanço, mas acredita que ainda são necessárias algumas correções.
“É preciso fazer com que as empresas tenham esses funcionários [com deficiência] de uma forma inclusiva, e não apenas para cumprir uma obrigação legal. O ideal seria que as empresas tivessem um número acima do determinado pela lei, porque só na cidade de São Paulo existem aproximadamente 1,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência”, afirmou Belizário.
Segundo Belizário, a Prefeitura recebe denúncias de empresas que contratam pessoas com deficiência por um salário inferior ao do mercado somente para não pagarem a multa. Neste caso, os empregadores chegam a orientar o funcionário com deficiência a não ir trabalhar.
“Não é isso que o deficiente quer, mas as empresas mal-orientadas acabam cometendo essa falha, e podem ser denunciadas pelo funcionário. Falta essa atitude não só das empresas, mas dos empregados e das outras pessoas. A grande maioria das pessoas com deficiência quer ser respeitada, e não precisa de assistencialismo”, disse Belizário.

Preconceito

Segundo levantamento da DRT-SP (Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo), os dois tipos de deficiência da maioria dos profissionais contratados são: física (41.828) e auditiva (35.296). Estes números representam cerca de 90% do total de pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho. Segundo o último balanço, 97.502 pessoas com deficiência foram incluídas no mercado de trabalho.
Para Fernanda Wendy, supervisora de atendimento do programa Inclusão Eficiente, da Prefeitura de São Paulo, os empregadores tendem a escolher profissionais como deficiências “mais conhecidas”, como os cadeirantes, por desconhecimento.
“Muitas empresas acabam se limitando a contratar pessoas com determinada deficiência por não saber como lidar com outros tipos. Existe uma falta de sensibilização das empresas, que não se lembram que as pessoas com deficiência são profissionais capazes e que são seres humanos”, afirma Wendy.

Fonte: eBand
Foto: Agência Brasil

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. http://www.deficientealerta.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Considero a lei um avanço tímido, o governo deveria propor incentivos fiscais às empresas que superassem a cota, talvez assim, a "tal" sensibilidade ocorresse. Porém, este papo de que falta deficiente qualificado é desculpa de empresas que não têm coragem de preencher uma vaga de mais qualificação a um deficiente. Afirmo isso, porque sou deficiente física, tenho mestrado na melhor universidade federal de MG e concorri a uma vaga de DF em uma seleção específica para deficientes e a resposta que obtive foi de que eu era muito capacitada para as vsagas de def.,
    ou seja, deficiente só em vaga que exige pouca qualificação. ESSA É A REALIDADE, O PRECONCEITO É MUITO GRANDE.

    ResponderExcluir