Poucas iniciativas na área da moda e do comércio virtual tentam atender as necessidades de gente com deficiência. Grandes marcas ignoram completamente as necessidades de consumo das pessoas com deficiência, mas um grupo pequeno de confecções está de olho nesse público.
Um exemplo é a loja virtual Modus Ateliê, criada um ano atrás por quatro estudantes de moda, que desenvolve bolsas especiais para serem encaixadas em cadeiras de rodas. "As estampas são um sucesso, porque trazem a informação de moda. Compartilha-se essa linguagem entre cadeirantes e andantes", diz Janaína Passos, 29, que está cheia de pedidos.
O designer Geraldo Lima se especializou em atender cegos. Sua grife, a Uranio, tem etiquetas em braile informando a cor de cada roupa. A loja também é pensada para facilitar a circulação desses consumidores: cada tipo de roupa fica em um canto do espaço e o centro é livre.
Na Como Ir!, loja virtual criada também há um ano, a maioria dos produtos é voltada para o conforto dos cadeirantes, como rodas especiais e cadeiras feitas para tomar banho. Os sócios finalizam pesquisas para lançar capas de chuva adaptadas aos cadeirantes, calças com aberturas para facilitar o vestir e um conjunto de saruel fechada a velcro com blusa-xale. "Esse conjunto está sendo testado por uma amiga. O importante é escutar as pessoas", diz Ricardo Laurenti, 47, sócio da loja e tetraplégico há 25 anos.
Moda e design
Ainda assim, as opções são muito poucas. Para a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella, a maneira de multiplicar a oferta de produtos acessíveis é "ganhar" estudantes de moda e de design já na faculdade. "Na arquitetura acessível tem sido assim", diz. O governo paulista organizou, no primeiro semestre, o primeiro concurso de roupas acessíveis, que teve como vencedora a estudante de moda da USP Brunna do Val.
Ela criou um vestido adaptado para pessoas que tiveram os braços amputados. "Ele é largo na hora de vestir e o ajuste é feito com faixas presas por velcro", diz a jovem estilista. Segundo a secretária, a tendência é que aumentem as alternativas de consumo, por causa da maior inserção desse grupo na economia.
"É um mercado emergente muito forte. As pessoas estão trabalhando mais, estudando mais, e vão ter que vestir roupas e sapatos adequados a isso."
Fonte: Folha de S. Paulo - Débora Mismetti
Portal Mara Gabrilli
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