A acessibilidade precisa ser pensada desde o momento em que a pessoa com deficiência se aproxima da loja. A rampa de acesso não basta para inclui-la. Dentro das lojas, mudanças muitas vezes simples não são feitas, como o alargamento de portas e corredores, a criação de provadores para cadeirantes, banheiros adaptados, plataformas para cadeiras nas escadas e a substituição de degraus por rampas.
Degraus são vilões que afastam muitas pessoas do consumo. "O lojista acha que degrau isola da rua, que não deixa a água entrar, mas cria uma barreira enorme", diz a arquiteta Thais Frota, que mantém o blog Arquitetura Acessível.
O comerciante que decide colocar rampa precisa tomar o cuidado para que seja bem feita. "Tem umas que o cadeirante não tem braço para subir, de tão inclinadas", diz o arquiteto Rafic Farah, diretor da Escola da Cidade, em São Paulo.
Também é importante pensar no mobiliário. As araras não devem ser altas e os balcões de atendimento precisam ter dois níveis -um deles na altura de uma pessoa sentada.
A desculpa dos empresários para não adotarem tais medidas é o alto investimento."Estou adaptando o banheiro de um restaurante que vai perder 12 lugares com a reforma. É um prejuízo", conta Farah.
O bom senso continua sendo uma solução barata. É custo zero para o comerciante, por exemplo, evitar a colocação de displays de produtos no meio de um corredor. "Isso é um total descuido. Até o uso de um tapete numa área de passagem é complicado para pessoas com deficiência e idosos", diz o arquiteto Mauricio Queiroz, formado no Mackenzie.
Treinar os vendedores para o atendimento ao consumidor com deficiência é essencial. "Acessibilidade é questão de educação social. A civilização é anterior à arquitetura.Tem solução técnica para tudo", afirma Rafic Farah.
Fonte: Folha de S. Paulo - Lígia Mesquita
Portal Mara Gabrilli
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