Quem teve oportunidade de ler o caderno Ilustrada da Folha de São Paulo de sábado ( 08/08 ), foi premiado com um texto do Jairo Marques ( assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br ) sobre a dificuldade dos deficientes de sair às ruas para fazer compras.
Como sempre, um texto maravilhoso, que aborda de forma encantadora um assunto tão importante.
Como sempre, um texto maravilhoso, que aborda de forma encantadora um assunto tão importante.
Para quem não leu, aqui esta o texto:
Gente com deficiência estuda, rala, ganha. Mas, na hora de consumir, é duro: faltam lojas e marcas preparadas. Um grupo social ligeiramente mais silencioso que outras minorias está aparecendo com força no mundo do consumo: o da pessoa com deficiência. Gente que usa cadeira de rodas, que precisa de um cão-guia para se orientar ou de uma muleta para se deslocar está cada vez mais atuante no mercado de trabalho e também tem poder de compra.
Mais lojistas e administradores de shoppings mal percebem a necessidade de promover condições para que os "diferentes" possam exercitar o direito de comprar com liberdade. A questão nem é mais de inclusão. Trata-se de enxergar um público -que muitos imaginam preso em casa- como consumidor e cidadão pleno.
Uma loja sem espaços adaptados e sem pessoas abertas para receber um cego é, basicamente, cafona. Subestimar a condição financeira de outra pessoa pelo aspecto físico também é muito cafona. Que medidas podem ser tomadas para abrigar esse público ávido por comprar? Trabalhar a forma com que os vendedores tratam a pessoa com deficiência pode ser um começo. Em poucos casos esse consumidor não se comunica sozinho. Então, por favor, não evite o contato: é o cadeirante, o surdo, o cego que deve ser atendido, e não o seu eventual acompanhante.
Provadores de roupas devem ser largos para abrigar cadeiras de rodas, até as mais largas. Planejar a distribuição das mercadorias e pensar que um cachorro treinado poderá circular entre casacos de luxo é ter uma mentalidade condizente com um mundo moderno e que entende a diversidade.
Em São Paulo, alguns shoppings resolveram de forma inteligente o problema de pessoas desorientadas que estacionam nas vagas dos deficientes: esse público usa o espaço VIP pagando tarifa comum. Elevadores são para todos, mas são necessidade imediata para quem não pode usar as escadas rolantes. Às vezes é preciso lembrar o público disso. Mesas mais baixas na praça de alimentação, banheiros acessíveis e facilidade de acesso compõem um ambiente que pode ser visto como receptivo.
Além dessas questões, outro avanço ainda é incipiente no mundo das compras: o dos produtos específicos para gente com deficiência. São muito tímidas ainda as iniciativas para a criação de roupas, sapatos e utensílios que vão ao encontro da necessidade de quem passa a maior parte do tempo sentado ou que precisa de sinais luminosos em vez de sonoros para saber se o micro-ondas já descongelou a comida.
No Brasil, são 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência ou dificuldade motora. Não é parcela pequena da população. O deficiente está nas ruas, tem dinheiro e quer comprar. Basta que se sinta como qualquer outro consumidor.
Folha de S. Paulo - Jairo Marques
Fonte: Portal Mara Gabrilli
DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com
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