domingo, 20 de setembro de 2009

Convivendo com as diferenças

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Apesar de sermos diferentes uns dos outros, temos os mesmos direitos de viver, sonhar e ser feliz. Para lembrar disso, amanhã comemora-se o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência - no Brasil, são cerca de 24,5 milhões. As escolas estão cheias de exemplos que mostram como todos podem conviver e aprender juntos.

Marcelo Vinturini, 11 anos, que tem deficiência visual, frequenta a Emeb Professora Nádia Aparecida Issa Pina, em São Bernardo, desde a 1ª série. Foi lá que conheceu dois amigões: Daniella Dias, 10, e Gabriel Correa, 9, que o ajudam ditando a lição que a professora passa na lousa, por exemplo. "Acho muito legal estudar em uma escola assim. Eu me desenvolvo melhor e aprendo como viver no meio de pessoas sem deficiência", explica Marcelo.
Os amigos acreditam que ainda existe preconceito com quem possui deficiência. "Tem gente que pensa que essas pessoas não podem estudar em escolas públicas", diz Daniella. "Alguns alunos não queriam estar na sala do Marcelo porque achavam que a gente fica atrasado nas matérias. Não é verdade. Ele é o primeiro a acabar a lição", garante Gabriel.
Larissa Dias, 13, tem síndrome de Down; entretanto isso não a impede de estudar e também participar das aulas de Educação Física da Emeief José Maria Sestílio Mattei, em Santo André. Nela, diverte-se com Talita Araújo, 9, e Letícia Neves, 10. "Nós ajudamos a Larissa a fazer a lição. Quando termina, pergunta se está bom ou ruim", revela Talita. "A professora disse que ela já nasceu com esse problema, por isso temos de gostar dela do jeito que é", afirma Letícia.

PROTETORES - Henrique Macedo, 11, é o anjinho da guarda de Gleiciellen Garcia, 10, que tem deficiência física. Os dois e a amiga Nayara Sampaio, 10, estudam na Escola Municipal União, em Diadema.
"Todos fazem de tudo para mim", diz Gleiciellen. "Ajudamos a arrumar a mesa e o material dela, empurramos a cadeira", conta Nayara.

Todo mundo aprende

Conviver com um amigo que tem deficiência e ajudá-lo traz benefícios para um monte de gente, como alunos, professores e pais. Aprende-se que na escola todos têm os mesmos direitos de brincar, estudar e participar de atividades esportivas e artísticas.
Aliás, em casa, no supermercado, cinema ou em qualquer outro lugar pessoas com ou sem deficiência possuem direitos iguais à saúde, educação, lazer, oportunidade de trabalho e acessibilidade (ter acesso aos meios de transporte, conseguir se locomover pela rua, por exemplo). Tudo isso é garantido por lei.
Além disso, as pessoas são diferentes umas das outras; o importante mesmo é respeitar quem quer que seja. Isso vai contribuir para a construção de um mundo mais feliz, sem preconceito e menos violento.

Primeira atriz cega na novela

Danieli Haloten, 29 anos, - a Anita de Caras e Bocas, da Globo - é a primeira atriz com deficiência visual a trabalhar em uma novela. Ela nasceu com glaucoma, doença em que se perde a visão aos poucos.
Danieli enxergou bem até os 10 anos. Aos 17 ficou completamente cega. Apesar disso, nunca parou de estudar. Cursou duas faculdades, de Jornalismo e Artes Cênicas. "Meus pais liam livros pra mim e meus colegas ditavam a lição do quadro."
Atualmente, para decorar as falas de Anita, a artista recebe os textos da personagem em Braille (sistema de leitura utilizado por cegos). "Estou me realizando profissionalmente. Quero poder fazer outros trabalhos e me aprimorar cada vez mais."
Danieli acredita que, apesar de ainda enfrentarem dificuldades e preconceito, as pessoas com deficiência que vão às escolas de ensino regular (com todos os tipos de aluno) podem ter um futuro melhor.

Cidades precisam se adaptar

A maioria das cidades brasileiras não está preparada para receber as pessoas com deficiência, apesar de o Brasil ter assinado importante documento da ONU (Organização das Nações Unidas), que considera a falta de acessibilidade como um tipo de discriminação.
Em geral, faltam rampas de acesso para cadeirantes em calçadas, espaços públicos, como parques, e estabelecimentos comerciais; o transporte coletivo também não está totalmente adaptado. São poucos os lugares que possuem piso especial, sinais sonoros em semáforos e placas em Braille para orientar deficientes visuais.
Desde o ano passado os bancos são obrigados a ter todos os equipamentos necessários para receber clientes com deficiência.
No País, desde a década de 1990, as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a contratar pessoas com deficiência. Esse tipo de medida é adotado no Estados Unidos e na Europa desde os anos de 1950.

Dicas de como ajudar um colega com deficiência

-Antes de ajudar um amigo com deficiência é necessário perguntar se deseja ou precisa de auxílio. Lembre-se, assim como você, ele tem vontade própria. No recreio, por exemplo, pode dizer o que tem no lanche para que ele escolha o que quer comer.

- Apesar de ser importante ajudar o companheiro de classe, é preciso saber que ele também necessita aprender a fazer sozinho algumas atividades.

- Cada pessoa com deficiência tem um tipo de necessidade. Fique de olho em quais são as do seu amigo.

- Se você perceber que um colega com deficiência fica sempre sozinho no recreio, tente conversar com ele; é possível que iniciem uma grande amizade.

- Se o seu amigo tiver deficiência visual, ao ditar a lição da lousa, não se esqueça de dizer os acentos e pontuações. Quando perceber que ele está com o tênis desamarrado, avise-o; caso contrário, poderá cair e se machucar.

- Ao guiar uma pessoa com deficiência visual, é necessário avisar sobre os obstáculos que há no caminho, como degraus e pilares.

- É preciso ter paciência ao ajudar um amigo com deficiência. Também é importante elogiá-lo e incentivá-lo a superar as dificuldades. Não deixe que ele desanime.

Fonte: Diário do Grande ABC


DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

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