Rio de Janeiro - A organização não governamental Espaço Novo Ser promoveu hoje (20), na praia de Copacabana, a 2ª Caminhada da Acessibilidade. O evento faz parte das comemorações do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, lembrado amanhã (21), em todo o país.
O evento, que teve o apoio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), reivindicou a equiparação de direitos, mais ações sócioinclusivas e de acessibilidade para todas as pessoas, independente de gênero, cor de pele, orientação religiosa ou condição física, informou à Agência Brasil a presidente da ong, Nena Gonzalez.
“Queremos chamar a atenção da sociedade e pedir aos órgãos responsáveis que olhem com mais carinho as necessidades que as pessoas com deficiências têm, para consolidar a inclusão", frisou Nena. "Estamos nos mobilizando e juntando forças em prol do exercício da cidadania”, completou.
Os participantes do movimento encaminharam às autoridades governamentais um manifesto com as reivindicações das associações de pessoas com algum tipo de deficiência.
Um dos organizadores Ricardo Gonzalez, que é cadeirante, chamou a atenção para a adaptação das cidades às necessidades das pessoas com deficiências.
“A gente defende que deficiente não é a pessoa, mas sim a cidade que não a acolhe dignamente. Não somos nós que somos deficientes.A gente tem uma diferença e celebra a diversidade.”
A caminhada contou com apoio de várias entidades ligadas a deficientes, além de artistas, como a cantora Alcione, e autoridades federais e estaduais. O movimento pela acessibilidade começou em São Paulo, em 2004, sob a coordenação da entidade SuperAção e já se estendeu, inclusive, a países vizinhos do Mercosul. Em outubro, haverá, também pela segunda vez, um evento com a mesma finalidade na Argentina. Em novembro, está programada a caminhada da acessibilidade em Porto Alegre e, em dezembro, em São Paulo.
Tabata Contri, da organização da SuperAção, assegurou que em São Paulo as pessoas com deficiências já obtiveram alguns ganhos, principalmente na Avenida Paulista, onde já existem rampas para cadeirantes, farol sonoro e piso tátil para cegos. Ela disse que a ideia é que cada estado e cidade do Brasil faça um movimento de superação.
“Que façam no mesmo dia, no mesmo momento, para brigar, no bom sentido, por acesso, porque não tem. A gente não tem um banheiro acessível na praia de Copacabana, por exemplo”, disse. Ela lamentou que o setor empresarial ainda não tenha feito adaptações nas lojas para acesso aos deficientes, nem percebeu que eles também são consumidores potenciais.
O espaço Novo Ser foi criado há sete anos e tem por missão lutar pelo respeito e a valorização da cidadania das pessoas com deficiência
Fonte: Agência Brasil
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