quarta-feira, 24 de março de 2010

A arte de integrar esportes e deficientes

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Com muita felicidade faço esse post sobre o trabalho dos nossos amigos da ONG Atitude Paradesportiva. Esse texto foi publicado no Diário do Comércio em 23/03.
Tenho muito orgulho de conhecer esse trabalho, e pessoas tão especias que fazem parte desse projeto.

Foto - Pequeno atleta: João Lucas Dutra Takaki, de 7 anos, joga basquete há dois anos e faz natação desde bebê. Ele sofreu lesão

Geriane Oliveira
Ainda nem havia iniciado suas atividades e a ONG Atitude Paradesportiva já recebia elogios em seu blog: "show de bola (...) vou ver se posso ir", postou um internauta anônimo, referindo-se ao primeiro encontro do projeto, em em meados deste mês. Foram mais de seis meses de preparação para levar adiante o sonho de um grupo de educadores físicos, fisioterapeutas e outros profissionais, todos com larga vivência na arte de integrar esportes e pessoas com deficiências.
"A proposta do trabalho é oferecer atividades esportivas adaptadas ao maior número possível de deficientes, proporcionando saúde, convivência e inclusão social", resumiu Eduardo Santarelli, de 30 anos, professor de educação física especializado em reabilitação. Ele é um dos sete fundadores da Atitude Paradesportiva (AP).
Fernanda Menezes Fernandes, de 29 anos, é professora de educação física.Começo - Lançada oficialmente em 20 de fevereiro, a ONG iniciou suas atividades dia 13 deste mês na quadra de esportes do Colégio Global, na Vila Pompéia, zona oeste de São Paulo. É nesta entidade parceira que, aos sábados, a ONG vai desenvolver suas atividades. No primeiro encontro aconteceu uma descontraída apresentação e uma dinâmica de grupo entre os doze que compareceram, de um total de 40 inscritos. Pais também puderam participar.


Foto - Gostei muito da proposta e quero pegar firme no basquete, que não jogo por falta de oportunidades", disse Adriano Tenório de Almeida , atleta cadeirante.

No primeiro dia, alguns deficientes jogaram basquete e outros foram conhecer a piscina. Além destes esportes, o programa da AP vai oferecer outras modalidades, como vôlei, handebol, rúgbi, ginástica artística, dança e atletismo, além de atividades culturais. Esporte e lazer - Sem desânimo, o técnico de informática Adriano Tenório de Almeida, de 30 anos, teve de utilizar três conduções para chegar ao projeto. O rapaz é cadeirante desde os 15 anos por conta da lesão medular. "Gostei muito da proposta da ONG e quero pegar firme no basquete, que não jogo há muito tempo somente por falta de oportunidades", disse. Adriano foi convidado a integrar a equipe por meio de um blog. "Aqui será também uma opção de lazer", afirmou, enquanto jogava basquete com outros deficientes.
Desde bebê – Entre os jogadores estava João Lucas Dutra Takaki, de 7 anos. Filho da advogada Adriana Dutra, de 34 anos, a presidente da instituição, ele adora esportes e é cadeirante por causa de lesão medular. O pequeno atleta joga basquete há dois anos e faz natação desde bebê. "Não sou o mascote porque chegou uma menina de cinco anos aqui", disse João.
"O esporte é fundamental para os deficientes desenvolverem suas habilidades. Ainda não temos uma estrutura completa, mas na Atitude todos irão participar ativamente da formação e expansão da ONG, dando sugestões e moldando o seu perfil", salientou Adriana.
Sem limite – A professora de educação física , Fernanda Menezes Fernandes, de 29 anos, que acompanhava os deficientes, disse que a AP funcionará também como um laboratório de ideias. "Queremos que o usuário vivencie um pouco de cada esporte, até decidir para qual vai se dedicar. E não há limite de idade", disse.
O seu aluno, Bruno Gebra Boleta, de 19 anos, ficou feliz com a piscina. Ele é portador da síndrome Cornelia de Lange e já havia sido acompanhado por ela em outra instituição. "O meu filho é tranqüilo e gosta de água, mas não de mudanças. Sei que a convivência será o maior benefício para o Bruno", disse a mãe, Lilian Cristina Gebra, de 45 anos.
Expectativas - A nova ONG ainda não tem patrocinador, mas é mantida por 12 colaboradores diretos, entre professores, atendidos e amigos. Eles fizeram as camisetas da AP, que já estão à venda. Para iniciar as atividades, a instituição recebeu a doação de cinco cadeiras de rodas. "Como a ONG surgiu de uma conscientização necessária para promover saúde e qualidade de vida aos deficientes pelo esporte, acredito que logo vamos conquistar patrocinadores", afirmou Eduardo, que há seis anos trabalha com reabilitação e integração social de deficientes.


Foto - Eduardo Santarelli, um dos fundadores, trabalha com reabilitação.

Segundo ele, a missão da AP vai ainda mais longe. "A ideia é descobrir novos atletas e prepará-los para os jogos paraolímpicos". O grupo já articula ações com esse objetivo e pretende, futuramente, implantar núcleos da ONG em outras regiões da cidade. Eduardo disse ainda que no Brasil mais de 11 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência física. "Esperamos contribuir também com a formação de futuros profissionais da área da reabilitação e outras especializações. Aqui, a superação será a palavra chave", finalizou.

Serviço: Para mais informações acesse o blog: http://atitudeparadesportiva.blogspot.com/2010/02/atitude-no-parque.html
Fotos: Patrícia Cruz/Luz
Fonte: Diário do Comércio

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

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