segunda-feira, 29 de março de 2010

TRT-SP debate inclusão no mercado de trabalho

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Servidores do TRT-SP participam de palestras sobre inclusão social de pessoas com deficiência. Uma das experiências relatadas no evento foi a da vereadora Mara Gabrilli
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região realizou na noite dessa segunda-feira (22), no auditório do 1° subsolo do Fórum Ruy Barbosa, a palestra “Inclusão no Trabalho da Pessoa com Deficiência”. O evento foi organizado pela Escola da Magistratura do Trabalho da 2ª Região Ematra-2, em parceria com a Comissão de Acessibilidade do TRT-SP.
Com o objetivo de conscientizar os participantes em relação ao tema, o evento contou com a participação de pessoas com deficiências física, visual, surdocegueira e intelectual, que contaram, através de depoimentos e de uma forma bastante informal, suas experiências de luta e superação diante das barreiras enfrentadas.
Daniela Kovács, servidora e membro da Comissão de Acessibilidade do TRT-SP, apresentou os palestrantes e falou sobre o trabalho da Comissão neste Regional, cuja missão é eliminar barreiras físicas e arquitetônicas, tornando os imóveis que compõem esta Justiça mais acessíveis, mas também cuidar para que a pessoa com deficiência se sinta realmente incluída no ambiente de trabalho, e tenha seu potencial produtivo aproveitado.
Segundo Daniela, existem hoje 107 servidores com algum tipo de deficiência no TRT-SP. Desses, 20 ingressaram no último concurso concorrendo às vagas reservadas às pessoas nessas condições.

A primeira palestrante da noite foi a vereadora Mara Cristina Gabrilli, da Câmara Municipal de São Paulo. Tetraplégica há 16 anos, a publicitária e psicóloga disse que quando sofreu um grave acidente de carro, que a deixou paralizada do pescoço para baixo, não conhecia seus direitos. Decidida a clinicar, teve de enfrentar inúmeras barreiras, pois o consultório não possuía acesso para deficientes, e ela tinha que esperar de duas a três horas para poder entrar no prédio.
Hoje, a vereadora luta para eliminar barreiras e incluir na sociedade as milhares de pessoas que vivem na capital e que tenham algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. “Oportunidades abrem caminhos”, enfatizou Mara ao citar algumas empresas aéreas brasileiras que contratam essas pessoas, dão-lhes estudo e as colocam no mercado de trabalho.
Durante o evento, a plateia recebeu um livro chamado “Manual de Convivência”, de autoria da vereadora. Para ter acesso à versão virtual do manual, acesse www.maragabrilli.com.br/livros .
O segundo palestrante a falar foi Antônio Carlos Barqueiro, relações institucionais da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual – Laramara, que perdeu a visão aos 22 anos, vítima de retinose pigmentar.
AC Barqueiro, como gosta de ser chamado, perguntou à platéia quem sabia conduzir um deficiente visual. A resposta foi unânime e negativa. Então ele pediu um voluntário e, em poucas palavras, explicou como é simples conduzir um deficiente.
João Luis Leite Júnior e Ilka Fornazieiro, deficientes intelectuais, falaram sobre suas experiências profissionais. João fez estágio durante dois anos no Ministério Público do Trabalho e agora trabalha na Colgate/Palmolive, onde desenvolve todos os trabalhos que são atribuídos a ele, que está lotado no setor de Recursos Humanos.
Ambos frequentaram a APAE de São Paulo durante muitos anos, e, graças à associação, conseguiram qualificação e espaço no mercado de trabalho. Ilka, que mencionou ter sido discriminada no serviço, disse que “o essencial é diminuir o preconceito em relação à pessoa com deficiência”.

O último palestrante da noite foi Alex Garcia, surdocego e presidente da Associação Gaúcha de Pais e Amigos de Surdocegos e outras deficiências (Agapasm). Primeiro surdocego a cursar universidade no Brasil e autor do livro “Surdocegueira empírica e científica”, Alex se define como um “eterno rebelde” lutando pela empregabilidade para pessoas surdocegas. “(o surdocego) precisa apenas de ar; que os meios funcionem. Aí ele poderá existir como pessoa produtiva na sociedade”, afirmou Alex Garcia.
Participaram do evento, compondo a mesa, a desembargadora Ana Maria Contrucci Brito Silva, presidente da Comissão de Acessibilidade do TRT-SP; e os juízes Maria Eulália de Souza Pires, também da comissão, e Gabriel Lopes Coutinho Filho, representando a Ematra-2.
Daniela Kovács finalizou a palestra com uma apresentação dedicada a seu cão-guia chamado Basher.

Fonte: TRT-SP

DEFICIENTE ALERTA foi criado para orientar,educar,protestar e ajudar todos com deficiência. www.deficientealerta.blogspot.com

Um comentário:

  1. É muito importante todo o trabalho que vem sendo feito no sentido de incluir. Mas alguém já pensou nas dificuldades que não são perceptíveis aos olhos? Sou portadora de diversos problemas crônicos, os quais me provocam dores constantes e me reduzem a mobilidade. Isso me dificulta respeitar o horário de entrada ao trabalho, e não encontro nada na legislação que me permita não sofrer descontos. Claro que se existisse vontade, daria para adequar, pois, a Chefia imediata, representando o Estado teria o dever de propiciar que eu continue desempenhando as minhas funções. Sou Servidora Municipal há 26 anos. Sempre trabalhei na Secretaria da Saúde. Sou AGPP (Escriturário). Sempre trabalhamos com pouco recurso, excesso de trabalho e poucos servidores. Apesar das dificuldades consegui concluir o Curso de Direito, mas ainda não estou atuando na área jurídica. Falta ainda alguns anos para a minha aposentadoria. Não gostaria de ser aposentada por in validez, só porque não posso cumprir nove hs diárias, muitas delas ficando ociosa, neste setor onde estou hoje. É necessário, caso ainda não haja, um amparo legal para pessoas que, como eu, que ainda tem muito a oferecer,mas que sejam prejudicados por problemas adquiridos pela má qualidade de vida no trabalho e consequentemente tbm em casa,tenham a flexibilização do horário, sem reposição, para não ser aposentada por invalidez.

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