quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mídia holandesa ignora Mundial Paraolímpico e constrange organização

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A cena é inacreditável. Philip Craven, presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, se dirige para uma entrevista coletiva por ocasião do Mundial de Natação em Eindhoven. Há apenas oito jornalistas da sala de imprensa, sendo cinco brasileiros. País-sede da competição que reúne 55 nações diferentes, a Holanda está representada por apenas um repórter.
Apesar do público razoável e geralmente caloroso durante o Mundial, a imprensa holandesa ignora o Mundial Paraolímpico de forma que constrange até mesmo Philip Craven. “Esperamos a mídia local para as finais. Esse é um processo de desenvolvimento do esporte, vamos esperar que a cobertura cresça ainda mais”, afirmou o presidente.
Na última semana, declarações fortes de Mart Smeets, um dos jornalistas mais tradicionais da mídia holandesa, chocou organizadores do Mundial Paraolímpico de Eindhoven. Em uma de suas aparições na NOS, emissora local, ele desmereceu a competição falando em nome da audiência.
“Não é algo interessante. Não se trata de preconceito, mas as pessoas não querem ver os paraolímpicos”, disse Smeets. Em televisões holandesas é algo raríssimo encontrar qualquer menção ao Mundial. De natação, se fala exaustivamente a respeito do Campeonato Europeu, disputado nos últimos dias em Budapeste, capital da Hungria.
A exceção é o jornal Eindhovens Dagblad, o principal da cidade. Na terça-feira, dia seguinte ao início do evento, a publicação dedicou sua manchete de capa ao Mundial Paraolímpico. Destacou a medalha de ouro de Mike Van Der Zanden, nadador holandês, e ainda relatou a presença nula da imprensa local.
Nesse sentido, a mídia do Brasil se mostra pioneira em relação à cobertura do Mundial em Eindhoven. A convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro, seis órgãos da imprensa nacional estão representados na Holanda, inclusive o Terra.
Em contatos com os jornalistas, os nadadores paraolímpicos do Brasil constantemente, como um mantra, repetem que gostariam de ser tratados apenas como atletas que são. Alvos de elogios, críticas e sujeitos aos rótulos de herói ou vilão, comum a personalidades públicas.
Esse é um conceito já bastante disseminado entre os paraolímpicos. Só precisa se espalhar por todo o mundo.

Foto: Beto Monteiro/Exemplus/Divulgação
Fonte: Portal Terra

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