quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Software e webcam transformam boca e olhos de deficiente físico em mouse

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Headmouse e teclado virtual podem ser baixados de graça na internet
Luiz Augusto Siqueira

Dois softwares gratuitos desenvolvidos por uma multinacional espanhola estão derrubando barreiras na vida de pessoas com problemas de motricidade. Um transforma a boca e os olhos do usuário em mouse e outro cria um teclado virtual, também movido pelo rosto. Para utilizar os programas é necessário possuir uma webcam.
Um dos deficientes já beneficiado é o estudante de jornalismo Eduardo Sousa dos Santos George, 23 anos. Nascido com uma má formação congênita que lhe impede de usar os braços e as pernas, por muito tempo George precisou da ajuda de amigos e familiares para usar o computador. Para digitar seus trabalhos de faculdade, ele usava uma vareta de plástico na boca para teclar e o queixo para clicar no mouse.
Em novembro do ano passado, enquanto fazia terapia ocupacional na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), sua terapeuta lhe perguntou se não gostaria de testar os dois programas. George diz que "[os programas] quebram barreiras e trazem independência".
Convidado em março deste ano para demonstrar os dois programas ao então ministro das Comunicações, Hélio Costa, e ao então presidente dos Correios, Carlos Custódio, George acabou sendo convidado para trabalhar na assessoria de imprensa dos Correios.

Programas também ajudam vítimas de acidentes

Além de ajudar quem já nasceu com problemas de motricidade, os dois programas também vêm auxiliando pessoas que nasceram sadias, mas que, depois de um acidente, perderam os movimentos. Como o caso do dançarino de street dance William Nakashima Konichi, que, ao errar um mortal na parede, caiu e perdeu os movimentos nas pernas, nas mãos e em parte dos braços. Até conhecer o Headmouse e o teclado virtual, no ano passado, Konichi usava o Motrix, software de reconhecimento de voz criado pelo Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Apesar de achar que "o único lado ruim dos softwares era a configuração, que demora muito", Konichi diz que o Headmouse e o teclado virtual também lhe deram uma liberdade antes impensável. "Passei a navegar na internet e a bater papo pela webcam e pelo MSN com amigos e parentes que moram longe. Para a gente, faz toda a diferença poder usar o PC."

O Headmouse pode ser baixado pelo site:
http://robotica.udl.cat/headmouse/headmouse.html

Outros programas inclusivos podem ser encontrados no site da Indra:
http://www.indracompany.com/sostenibilidad-e-innovacion/tecnologias-accesibles

Fonte: R7

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