O “Carnaval paulistano – só não vê quem não quer” é uma iniciativa inédita da cidade, que leva pessoas cegas e de baixa visão para acompanhar os preparativos e desfiles finais
A pouco mais de um mês do Carnaval, um projeto inovador está abrindo as quadras das escolas de samba de São Paulo para grupos de deficientes visuais. A repórter Neide Duarte acompanhou uma dessas visitas, na quarta-feira à noite.
Eles estão se preparando para o carnaval como todo sambista. Experimentam fantasias: “O tecido parece um tecido brilhante”, diz.
Ensaiam as batidas dos instrumentos. Eles não são da escola, mas vieram descobrir as belezas do Carnaval: são 45 cegos que participam de um projeto de inclusão no Carnaval de São Paulo.
“Participam do ensaio, eles vão ao Sambódromo, eles vão assistir o desfile e por fim nas campeãs, todo o grupo vai desfilar”, diz o diretor da SPTurismo, Luis Sales.
Na quadra da escola, uma aula para identificar o som de cada instrumento: “A caixa que é o instrumento agudo da bateria”, explica.
Dona Arlene conseguiu um professor especial: aprende a tocar caixa com o ritmista Tubarão. Ele perdeu a visão há seis anos, mas não o lugar na bateria.
Antes tocava surdo: “Agora, estou tocando caixa, porque a caixa é um instrumento mais fácil pra eu me locomover na avenida”, explica Tubarão.
“Se cair na avenida, não pode nem parar pra pegar”, diz uma mulher.
O auxiliar administrativo Fabiano Martins quer saber como se comportar no desfile e quis vestir a fantasia: “Na minha cabeça tem uns prédios, um helicóptero”, diz.
A fantasia de Diego foi outra: dançar com a princesa da bateria. Airton aproveitou a brecha e também se enturmou, mas quem ganhou um abraço foi Diego.
“Eu não sabia da beleza dela, depois que eu descobri, maravilhoso. Na hora que eu peguei nas mãos dela, deu pra sentir a delicadeza das mãos, o gingado”, diz.
A beleza de Joice encantou todo mundo: “Nossa, que cabelo lindo”, diz Giovana.
Giovana é cantora lírica e se sentiu a vontade junto com a bateria da escola. Os outros cegos, inspirados pelo ritmo, entraram no clima e fizeram da quadra o espaço da Apoteose.
“No meu imaginário, eu estou vendo tudo, sentindo tudo, e com detalhe: dessa vez interagindo”, diz o tecnólogo Airton Rio Branco.
Fonte: Jornal Nacional - 03/02/11
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