terça-feira, 16 de março de 2010

Voleibol Sentado - Toque de Midas

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Amauri Ribeiro escreve sua história no voleibol sentado brasileiro
Por: Julia Censi
Fotos: JJ Clemente

Por 22 anos, ele esteve dentro da quadra. Defendeu a seleção brasileira de vôlei em quatro olimpíadas: Moscou, em 1980, Los Angeles, em 1984, Seul, em 1998, e Barcelona, em 1992; e ajudou a conquistar a primeira medalha olímpica brasileira de ouro. Foi, e ainda é, considerado um dos melhores jogadores de meio de rede do Brasil. A vida de atleta começou cedo para Amauri Ribeiro. Ainda adolescente, ele descobriu a paixão pelo vôlei e a combinação treino, dedicação e talento fez do jogador referência no esporte.
Hoje a história se repete. Amauri Ribeiro volta às quadras, agora como técnico, e ajuda novamente o Brasil a garantir a vaga para os Jogos de Pequim. Desta vez, no comando da seleção brasileira de voleibol sentado. “Com a minha experiência
de jogador tento passar para eles o que é ser atleta. A maioria virou atleta depois de adulto, após ter sofrido um trauma. Não começaram a jogar quando crianças, não tinham essa relação com o esporte. Minha maior preocupação é transformá-los em atletas. Passar pra eles como deve ser a conduta de um atleta. A diferença está mais na parte psicológica. Trabalhar a ansiedade. Eles precisam saber do que são capazes”, conta.
E para quem sempre respirou voleibol é difícil deixar as raízes de lado. Desde que parou de jogar, em 1993, aos 34 anos, Ribeiro escolheu o banco como posição e acabou se tornando técnico da equipe juvenil do Banespa. Há dois anos, seguiu o mesmo caminho em direção ao voleibol sentado, modalidade que ainda engatinhava no Brasil. Aos poucos, sua história começa a se confundir com o amadurecimento do voleibol sentado no país.
“Eu conheci o voleibol sentado em um evento, o dia olímpico, no Centro Olímpico de São Paulo e me convidaram para treinar. Veio a Paraolimpíada de Atenas e sugeri que filmássemos as equipes estrangeiras para vermos em que nível eles estavam. Acabei indo pra Atenas, conheci as melhores seleções lá e quando voltei comecei a trabalhar. Recebi um convite pra ser técnico da seleção brasileira e aceitei”, relembra o técnico que hoje, além da seleção brasileira, treina a equipe de voleibol sentado do Centro Assistencial Cruz e Malta e dá aulas na Prefeitura de São Paulo e na cidade paulista de Pirapora do Bom Jesus.
Nos Jogos Parapan-americanos, na cidade do Rio de Janeiro, 12 jogadores entraram desconhecidos nas instalações do Riocentro, onde aconteceram todos os jogos de vôlei da competição. Entraram com um sonho em que poucas pessoas acreditavam. Saíram medalhistas de ouro. Saíram com a inédita vaga para a Paraolimpíada de Pequim. “Desde o começo eu sabia que a gente podia ganhar dos Estados Unidos. Não ia ser fácil, mas o nosso time era bom, tinha treinado e podia vencê-los. Faltava apenas esse empurrão. Encorajá-los”, diz Ribeiro.
Além da medalha, o ex-jogador comemora outra grande vitória desse time. Pela primeira vez, eles puderam treinar como as grandes seleções internacionais. “Fizemos um trabalho muito bom de preparação para o Parapan. Coisa que os atletas não conheciam. Por ser um esporte novo no Brasil, não tivemos como aprimorar a parte tática. Nosso grande receio no Parapan era fazer o pessoal jogar o que treinava porque na hora do jogo é diferente”, explica.
A recompensa? Uma equipe entrosada que mostrou maturidade e calma para vencer a forte equipe dos Estados Unidos, na final dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. “A gente perdeu para os Estados Unidos na hora em que podia perder. Na final, jogamos com outra cabeça. E essa vitória muda a história do voleibol sentado no Brasil. Temos uma vaga para Pequim. A partir de agora é trabalhar cada dia mais”, diz Amauri.
Com a mesma calma e seriedade com que brilhava ao lado de Bernard, Bernardinho e Renan na geração de prata do vôlei brasileiro, Amauri Ribeiro começa a escrever sua história no vôlei paraolímpico brasileiro. Começa a transformar em ouro o talento de Diogo, Rodriguinho, Guilherme e tantos outros. Começa a brilhar ao lado de outros “meninos de ouro” do Brasil.

Por dentro do vôlei sentado

As regras são semelhantes às do vôlei convencional e as diferenças estão no tamanho da quadra, que é menor, 10m x 6m contra 18 x 9m, e a altura da rede que mede 1.15m do solo no masculino e 1.05m para o feminino Os atletas jogam sentados na quadra e podem bloquear o saque adversário. Competem atletas amputados, principalmente de membros inferiores, e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. A modalidade começou a ser praticada em 1956 na Holanda e tem crescido bastante nos países europeus. Atualmente, o Brasil é campeão parapanamericano e a Bósnia-Herzegovina campeã mundial.

Fonte: http://educaofsicaadaptadaeeducaoespecial.blogspot.com

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