quinta-feira, 4 de março de 2010

Gostinho de primeiro mundo no tratamento da Síndrome Pós-Poliomielite (SPP)

1 comment
A solicitação de inclusão da SPP no Código Internacional de Doenças, feita pelo setor de Investigação de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), foi aceita pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

Acary Souza Bulle de Oliveira

A síndrome encontra-se na categoria das doenças do neurônio motor em virtude dos quadros clínico e histológico estarem intimamente relacionados com a disfunção dos neurônios motores inferiores. O Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), juntamente como o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da COVISA/SMS-SP (CPCD/SP), solicitaram a inclusão da SPP no Código Internacional de Doenças, revisão 2010 (CID 10), após realizarem a documentação técnica da doença. O principal argumento baseou-se no fato da síndrome não ser uma sequela da poliomielite, mas uma nova doença que necessita de terapias específicas, diferentes daquelas empregadas para os pacientes com sequelas de poliomielite. A solicitação de inclusão foi aceita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e incluída a partir de 2010, dentro dos tópicos das doenças do neurônio motor - CID 10, G 14.
A primeira linha de pesquisa para conhecer as características clínicas da SPP na população brasileira foi iniciada em 2003, pelo fisioterapeuta Abrahão Augusto Juviniano Quadros, MsC e fisioterapeuta do ambulatório de SPP da UNIFESP. Ambulatório este, criado no mesmo ano para atender esses pacientes de forma multidisciplinar, com profissionais das áreas de neurologia, fisioterapia motora de solo e água, fisioterapia respiratória, nutrição, fonoaudiologia e psicologia.
Em 2004, os profissionais da UNIFESP, juntamente com o CPCD/SP, elaboraram o primeiro documento técnico da SPP. Três anos depois, com o avanço das pesquisas, foi publicado o manual "Síndrome Pós-Poliomielite (SPP): Orientações para os Profissionais de Saúde", elaborado pela mesma equipe, com a participação da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na busca da sedimentação e construção das abordagens coletadas ao longo dos anos.
Com o reconhecimento e a inclusão na revisão 2010 do CID, surgem importantes desdobramentos. Primeiro, a promoção e valoração da classe médica e do Brasil junto a OMS, onde o nosso país tem acento. Segundo, pelo fato do ineditismo e pioneirismo no que se refere à iniciativa do registro da nova doença, com reflexo para o mundo inteiro. Terceiro, em relação ao aspecto da garantia à saúde a todos os cidadãos - com a regularização da doença e atendimento digno não apenas no Sistema Único de Saúde mas, inclusive pelos planos de saúde - e ao avanço das pesquisas - proporcionando aos pacientes com a síndrome, alcançar uma melhor qualidade de vida. Quarto, a garantia e a construção dos direitos trabalhistas aos portadores da moléstia. Quinto, a possibilidade de ampliação das pesquisas tanto no que se refere à questão medicamentosa, quanto ao próprio tratamento. Sexto, a possibilidade de um tratamento focado não mais no encaminhamento para outra área da medicina como, por exemplo, a psiquiatria, quando da descrição dos sintomas e a não identificação exata da síndrome. Por fim, o sétimo desdobramento trás a possibilidade de o Estado direcionar ações específicas no trato da doença nos pacientes por estes se encontrarem revestidos de legitimidade.
Em continuidade a esse trabalho é de primordial importância que os profissionais estejam prontos a diagnosticar e tratar pacientes acometidos por essa nova doença. Para sua consecução o Ministério da Saúde oferece, atualmente, aos profissionais da área de saúde, curso de capacitação sobre a Síndrome, em parceria com UNIFESP, visando a multiplicação de profissionais aptos ao trato da doença.
Só buscando parcerias no cuidado aos pacientes acometidos pela Síndrome Pós-poliomielite é possível melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

Fonte: Último Segundo

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Um comentário:

  1. Oi sou portadora da spp tentando varias pericias médicas inclusive judicial todas foram negadas por desconhecimento dos medicos sobre esta doença.Foram as pericias com psquiatra e um ortopedista sendo que acho que deveria ser com um neuro especialista em musculos.
    moro no rs.
    Me oriente por favor
    Mari Rupp

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